Wednesday, December 16, 2009

Chá de Bebê da family

Algumas considerações:

1 - O nascimento tá previsto para 10 de abril, ou seja, 20º mais ou menos. Mas é Alemanha né? Sempre se tem que contar com aquele friozinho que ainda num chegou essa tecnologia "verão" lá não...

2 - Apesar de eu ter toda uma mala de até 32kg vazia pra dedicar aos presentchenhos, é bom pensar sempre na fragilidade/praticidade do transporte e peso.

3 - Ontem eu fiz a ultrassonografia e descobrimos que é uma menina!! ÊÊÊÊÊ... Mas isso NÃO quer dizer que as coisas precisam ser rosas, nem ter coraçõesinhos, florzinhas, necessariamente. Também não é que eu seja contra tudo isso... eu até tenho um coração escrito "love" no ombro, vocês sabem né? Mas coisinhas de outras cores, azuis, verdes, laranjas, amarelas, listrinhas, bolinhas, o colorido do artezanato popular, design local, personagens didáticos e não americanóides entram mais no gosto da família ;-) espero que não soe antipático esse comentário... Caveirinhas, design inusitado e rock 'n roll style também são muito bem vindos of course! Dêem uma olhada nesse livrinho aqui embaixo, coisa mais linda!

4- Claaaaro que se quiser dar outra coisa que não tá na lista, ou outra quantidade, ou num trazer nada também não tem problema, eu quero é ver todo mundo e comemorar a nova aventura que eu inventei dessa vez - já que essa concerne a todos da família e eu faço questão disso! Não se preocupem que apesar de ser uma alemãzinha, eu só vou falar em português com ela, já vai nascer com a obrigação de ser poliglota a bichinha... as primas/tias/etc que já foram mães também podem sugerir coisas que eu não inclui na lista. Ah! Coisinhas pra quando a bebê tiver maiorzinha também vale, se vocês acharem mais fácil.

5- Talvez seja útil a informação de que na Alemanha e na minha cabeça, o parto natural é o mais cogitado. Isso mesmo, sem anestesia, que nem vovó Maria fez com os 9 filhos dela, então qualquer coisa que tenha a ver com esse processo, como o livro "Parto Ativo" que tem na Livraria Cultura é bem vindo. Esse livro tá incluído na listinha lá no final.

6- Coloquei o sinal *** nas coisas que eu considero importantes.


Pronto, quem souber o que vai dar manda um e-mail renatafaccenda[arroba]gmail.com ou liga 9245-7294 avisando o que vocês escolheram pra eu deletar da lista aqui, beleza?


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PRA FICAR LIMPINHO E SE FICAR DODÓI (saravá, bate na madeira!)

3 toalhas felpudas (pode ser 1 com capus, ou todas, sei lá) ***
3 toalhas fraldas ***
5 pomadas para assaduras ***
3 sabonetes
1 óleo pra limpeza (dizem que é bom pra quando o cocô fica pregado... onde??)
1 loção de limpeza
1 loção cremosa
6 lenços umedecidos (imagino que são pacotes né?) ***
1 aspirador nasal ***
1 termômetro comum ***
1 termômetro para banho ***
1 escova de cabelo
1 shampoo neutro
1 sabonete neutro
1 saboneteira
1 creme para assaduras
1 tesoura de unha ***
1 trocador (imagino que é aquele plastiquinho pra botar embaixo quando troca o bebê no meio da rua né?) ***
1 bolsa maternidade ***
1 lixeirinha infantil ***
1 espuma para banheira (pra pirraia não escorregar no banho, sei lá, achei interessante)

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NA HORA DE COMER

1 almofada para amamentar ***
1 jogo de prato ***
1 jogo de talheres para bebê ***
2 mamadeiras grandes ***
2 mamadeiras pequenas ***
1 mamadeira pra remédio
2 babadores ***
1 coador + funil
1 escova pra lavar mamadeira ***
1 escova pra lavar bicos ***

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PRA VESTIR E DORMIR

roupinhas básicas em geral ***
1 bonezinho ou chapeuzinho
1 calça com pé de malha
5 body com manga
1 travesseiro
3 fronhas
2 kits para berço
1 móbile (é frescura, mas se achar um bonitinhum né?)
2 travesseiros anti-sufocamento (é aqueles de salsichinha né? pra o bebê não virar quando dorme?) *** >>> tia fila
3 lençóis bebê conforto ***
2 casaquinhos de lã
2 mantas de lã
1 sapatinho de lã

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PRA MÃE NÃO FICAR HISTÉRICA

1 canguru!!! (isso eu quero usar! aquele negócio de carregar o bebê na barriga ou nas costas como uma mochila) ***
1 babá eletrônica ***
1 desleitadeira *** (aquele negócio que chupa o leite do peito pra botar na mamadeira...)
30 absorventes para seios ***
1 mordedor (pro bebê!!!)
1 album de fotos ***
bichinhos em geral
livro "parto ativo" que se encontra na livraria cultura ***

Sunday, November 22, 2009

Wednesday, October 28, 2009

O Superman - Laurie Anderson

(quando eu tiver uma banda eu quero fazer música assim)


O - Superman
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O Superman. O judge. O Mom and Dad. Mom and Dad.
O Superman. O judge. O Mom and Dad. Mom and Dad.
Hi. I'm not home right now. But if you want to leave a
message, just start talking at the sound of the tone.
Hello? This is your Mother. Are you there? Are you
coming home?
Hello? Is anybody home? Well, you don't know me,
but I know you.
And I've got a message to give to you.
Here come the planes.
So you better get ready. Ready to go. You can come
as you are, but pay as you go. Pay as you go.

And I said: OK. Who is this really? And the voice said:
This is the hand, the hand that takes. This is the
hand, the hand that takes.
This is the hand, the hand that takes.
Here come the planes.
They're American planes. Made in America.
Smoking or non-smoking?
And the voice said: Neither snow nor rain nor gloom
of night shall stay these couriers from the swift
completion of their appointed rounds.

'Cause when love is gone, there's always justice.
And when justive is gone, there's always force.
And when force is gone, there's always Mom. Hi Mom!

So hold me, Mom, in your long arms. So hold me,
Mom, in your long arms.
In your automatic arms. Your electronic arms.
In your arms.
So hold me, Mom, in your long arms.
Your petrochemical arms. Your military arms.
In your electronic arms.

Sunday, October 04, 2009

24 Coisas que eu Gostaria de Assumir Publicamente Doa a Quem Doer ou Manual de Utilização da Minha Pessoa ou Quem Quiser Atire a Primeira Pedra:




1- Tenho muitos preconceitos e gosto deles.

2- Apesar de dizer que sou pernambucana eu nasci na Bahia. Mas ainda sim sou pernambucana e tenho preconceito contra baiano. Ps: Paulinho (do Amparo) e Karina (Buhr) parece que são baianos também. Fernando Peres é carioca e Daniela Brilhante é do Acre. E Cuquinha é de Recife mas diz que é de São José do Egito.

3- Acho Maurício Castro o melhor artista de Recife.

4- Eu não gosto de Nação Zumbi. Acho muito boring. Acho o vocal de Jorge Du Peixe muito do feio e as composições dignas de um retardado mental. Mas acho que ele e a Valentina fazem um bom trabalho como designers. Lúcio Maia falou tanta merda no microfone (em inglês, todo mundo entendeu... embarassing!) que me fez ter vergonha de ser de Recife no show que eles fizeram no Barbican em Londres no primeiro show da volta dos Mutantes.

5- Me sinto um pouco culpada quando desconfio que posso estar participando mais do projeto "Europa" do que do projeto "Brasil".

6- Mulheres que eu gosto:
Eu sou fã de Yoko Ono. Eu sou fã de Merrill Beth Nisker, aka Peaches. Eu sou fã de Karina (Buhr). Eu gosto muito mesmo do que anda fazendo Catarina (Dee Jah, do Amparo, do que Deus quiser Amém). E sou fã da mãe dela, Iza do Amparo. Sou fã de Isabela Stampanoni e Daniela Brilhante. Aliás, Recife e Olinda consegue reunir as melhores mulheres que eu já conheci pelo mundo, não sei porquê.

7- Homens que eu gosto:
Sou fã de John Lennon. Sou fã incurável de Tom Zé (inclusive as coisinhas mais-paulistas-às-vezes-demaseado-bem-acabadas-pra-um-pernambucano-gostar que ele anda fazendo). Eu acho Chico Buarque (mesmo velho) um gato do caralho. Adoro o que Fred 04 escreve, acho Mundo Livre a melhor banda da atualidade no Brasil. Acho Cidadão Instigado coisa de geniosinho mesmo. Sou fã do galego (aka Ernesto Teodósio). Caetano Veloso é um medíocre e todo mundo já sabe mas eu gostava dele em 72. Arnaldo Antunes é um gênio mas anda com más companhias ultimamente. Sou fã de Fernando Peres. Sou fã de Fabinho (Mafra, dos Textículos), aliás, os Textículos de Mary foi a banda mais revolucionária do Recife, as melhores letras. Sou fã de Grilo.

8- Eu gosto dos paulistas.

9- Odeio pessoas que nunca estão dispostas a incomodar ou serem incomodados.

10- Não acredito em coerência.

11- Eu não me depilo com frequência. Antes mesmo de vir morar na Europa. E conheço um monte de mulheres brasileiras (não-hippies e bem limpinhas e lindas e ativas sexualmente) que se depilam ainda menos que eu e nunca vieram na Europa.

12- Conheço muitos artistas que eu gostaria de assumir publicamente que gosto mas jamais o farei porque não quero colaborar para os seus egos inchados (abri uma exceção pra Fernando no item 7).

13- Eu estou grávida.

14- Barcelona é uma farsa. E acho que Barcelona é a Salvador da Europa, linda mas burra. Só que Salvador todo mundo já sabe.

15- Odeio esses testes do Facebook.

16- Eu não gosto de Bossa Nova.

17- Adoro a elegância, mas não estou disposta a passar por cima de alguns valores em nome dela. E acho isso muito elegante.

18- Não suporto nenhum tipo de manifestação de machismo.

19- Tenho preconceito contra gente rica (e claro e mais ainda contra as pessoas que não são ricas mas se comportam como tal).

20- Não acho a Europa o máximo. Me deprimo mais vendo o conforto em que vivemos aqui que vendo a miséria na rua no Brasil.

21- Eu era uma Molusco Lama, mas na época eu não era artista (só se pintar parede e camiseta pra vender no Congresso da Une contar). Algumas coisas que os meninos faziam eu achava engraçado e outras eu tinha vergonha mas achava legal. Hoje eu sou fã da maioria deles apesar de às vezes achar alguns deles péssimos seres humanos. Naquela época o único que era artista de verdade era Fernando Peres.

22- Os espanhóis têm um humor muito primário quando não ausente.

23- Odeeeeeeeio que me chamem de "amiga"!! Eu não entendo de onde veio essa onda... é de alguma novela é? É coisa que eu venho observando de uns 3 ou 4 anos pra cá. Eu tenho tolerado 1 ou 2 porque vejo que sai do coração mas mesmo assim tenho que segurar o punho. Já prometi pra mim mesma que se alguma outra amiga minha chegar pra mim "ai amiga, tenho que te contar uma coisa" eu dou um soco na cara, juro por Deus!

24- Adoro leite moça com farinha láctea.

(to be continued)

Tuesday, July 21, 2009

Julie Delpy - Mr Unhappy

Minha gente, me chamem de mulherzinha mas eu nunca tinha achado nada que descrevesse tão bem essa situação. A historinha é meio triste né? Mas acontece (eu que o diga). Pronto, num digo mais nada pra não ficar aqueles blogs de mulher-independente-trintona-solteira-metida-a-bem-resolvida-mas-toda-noiadona que eu odeio.

Quem quiser a muzguinha me pede que eu mando por e-mail porque eu procurei no iutchubi e num achei não. É bem lindinha, completa a letra.


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Why do you want me to be what I could never be?
Why do you want me to act like I was another man?
You always say I'm crazy, then why do you stay with me?
Oh, tell me why...

Mister Unhappy
Mister Always Angry
Mister Always Sad
Mister Dissatisfied
Tell me what to do
So I could be with you
Tell me how to be
So you could love me...

I tried to behave for you
Just so you would not argue
I changed my personality
So you treat me with decency
My feisty temper doesn't agree
With your perfect idea of me
You even made a proposition
That I should be on medication
Remind me what you love about me, mister

Mister Unhappy
Mister Always Grumpy
Mister always cool
Mister often cruel
You're the one saying "I need some serious, serious fixing
But who the hell are you to tell me what to do?

Now it's over and I feel like a newborn child
I see hope and beauty in the little patches of grass
You almost made me be like one of your sad fantasies
You almost made me feel like I wasn't with you...
No more wasting my life with you, Mister

Mister Superficial
Mister "I am so special"
Mister "Something's wrong"
Let me sing you a song
Mister Unhappy and Angry
Mister Sad and Dissatisfied
Mister controlling and mind fucking
Grumpy and Complexity
Mister cool, mister often cruel
You're so unhappy and lonely
Always saying "something is wrong with me"
Well, something is wrong with you, man
Because ever since it's over between you and I
I feel so... amazing!
Mister Unhappy...
Why didn't you let me be?

Monday, July 13, 2009

Cultkitschers




hey ho!
next july 15th, me and christian, aka Fritz von Eschenbach, will be playing a very special setlist in Klaus Kinski bar in Kreuzkölln.

Our range:
- Cult movie soundtracks
- Incredibly Strange Music
- 60/70s Brazilian Music
- Sleazy Listening
- Lounge
- Exotika
- Very rare deutsch and brazilian tracks

Music to listen, laugh and enjoy drinking a beer.
Come and bring your family!
Hope to see you there.

Um beijo e um queijo
Renata


21h30
Klaus kinski Club
Friedelstrasse 28
Kreuzkölln
Berlin, lin lin lin lin!
U8: Schönleinstrasse

Tuesday, July 07, 2009

Bem Vindos ao Brasil-sil-sil-sil!

Resto do mundo: aprendam!
Continue assim meu bem, me orgulho de ser parte de ti!
Desculpa a pieguice, mas tá longe me dá esse direito tá?

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Brasil defiende su amnistía a inmigrantes
El presidente agradece la contribución de "los hermanos de otros países"

El gobernante brasileño afirmó en su programa semanal de radio, Desayuno con el presidente, que mientras que los países más ricos persiguen a los inmigrantes y difunden la idea de que se trata de un problema que agrava el desempleo, en Brasil se les reconocen sus derechos.
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E aqui o texto de um amigo jornalista gaúcho.


Bem-vindos ao Brasil, novíssimos brasileiros!

Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo

Pois o nosso Brasil é mesmo um lugar surpreendente. Nessa quinta-feira, 2 de julho, o presidente Lula sancionou um projeto de lei que oferece permanência a todos os imigrantes que tenham chegado aqui até o dia 1º de fevereiro desse ano.

Nessa época em que o mundo se fecha, cria muros, expulsa e prende quem busca uma vida melhor através de fronteiras, muitas vezes imaginárias, a gente vai lá e abre o país para quem já está aqui poder ficar sem maiores traumas.

Eu fico muito, mas muito mesmo, contente com a gente. Gostaria que toda a imprensa desse mais destaque, que todos os brasileiros sentissem orgulho do nosso país, por mais que alguns dos leitores dessa coluna possam ter lá os seus desencantos com ele. Mas se é verdade que a gente às vezes erra em cheio, os nossos acertos também enchem os olhos, os meus ao menos, de lágrimas de emoção legítima, nada de inventado, garanto a vocês.

Porque esse é o país de imigração e da mistura, e isso é o que nos salva, sempre salvou. Claro que a gente poderia ter continuado sendo tupi-guarani, na essência. Mas mesmo os tupis e guaranis foram imigrantes, uns milhares de anos antes. E quando os portugueses chegaram, já pensaram o que seria de nós se tivéssemos sido exclusivamente portugueses? Fado como música nacional? Aquela melancolia toda, o tempo inteiro?

Logo vieram os imigrantes menos voluntários do planeta, diretamente da África, mas que nos moldaram definitivamente, e, a seguir, uma seqüência imparável de novas ondas de gentes que vieram, viram, foram digeridos, e nesse processo de digestão se tornaram brasileiros.

Eu tenho um amigo cujos antepassados vieram da Alemanha e foram largados na margem do rio Jacuí pelo capitão do barco, em 1850, por conta de um desentendimento; e que, por terem se mandado pra cá, talvez não tenham experimentado da opulência econômica da Alemanha, mas escaparam das duas guerras mundiais, dos horrores do nazismo e da divisão do país e toda a Guerra Fria.

Eu tenho uma amiga cujo tataravô veio do Vêneto para a serra gaúcha e foi mordido por uma cobra e morreu na subida dos morros, nem chegou a conhecer a terra que tinha recebido do governo imperial. Eu tenho antepassados que vieram de Portugal para cá pelos anos 1600, devem ter se divertido horrores no Pernambuco até algum parente ter achado que o clima frio combinava melhor com os seus ossos e vir morar no Rio Grande do Sul. Eu tenho um amigo 100% alemão-batata que casou com uma bela sino-brasileira cujo pai se mandou de Xangai em 1950, pra escapar do Mao Zedong, e os chineses que vieram com eles inventaram a soja que hoje nos enriquece.

Quando estive em Tóquio, curtia tudo e sentia falta da nossa mistura de cores. Quando estive na Escandinávia foi a mesma coisa, a sensação de que gente é mais gente quando é diversa e não quando quase todo mundo na rua vive em Technicolor.

Quando eu vivi nos Estados Unidos, no tal de caldeirão de raças, o melting pot de que eles tanto se orgulham, cada sujeito era um Italian-American, African-American, Asian-American, Arab-American, Irish-American, com o prefixo claramente sugerindo o que ele fazia da vida e em que parte da cidade vivia.

Uma amiga escritora palestino-americana esteve aqui e me perguntou se eu conhecia escritores árabe-brasileiros. Eu levei um tempão antes de conseguir pensar no Milton Hatoum, no Alberto Mussa, no Raduan Nassar, simplesmente porque eu nunca tinha pensado neles dessa forma.

Eu realmente acho que a gente não tem a menor noção dessas origens, ou que elas se diluem muito rapidamente na medida em que vamos virando mais e mais brasileiros e mais nada.

E acho que essa é a grande promessa brasileira: a de que qualquer um, e eu quero enfatizar - QUALQUER UM - que aqui chegue, se estabeleça e consiga aprender a comer feijoada e beber cerveja e falar em português minimamente compreensível sobre temas diversos como voos de Zeppelin e traseiro de moça, pimba, vira brasileiro. Não existe barreira, não existe limite. Quer ser brasileiro, vai ser brasileiro, e se não quiser, acaba virando igual, por cansaço.

Quando morei em Berlim, dava dor ver os imigrantes turcos, alguns já na segunda geração nascida na Alemanha, e que não tinham nacionalidade alemã. Essa é a grande questão européia. A de que ninguém que não nasceu europeu e de pais e mães europeus e brancos possa, de verdade, completamente, se sentir europeu.

Aqui, a promessa é outra e includente e isso me faz sentir muito, mas muito mesmo, bem.

E agora a nova lei estende essa possibilidades aos mais novos brasileiros em potencial. Aos chineses e coreanos que chegaram recentemente - as garotas que nos atendem nos restaurantes da Liberdades e que mal conseguem dizer Original e Bohemia, quando a gente pergunta pela cerveja. Aos milhares de bolivianos invisíveis no centro da cidade, espeluncados em fabriquetas e que agora vão poder sair às ruas e reclamar o seu ar digno, de todos - a todos eles e quem mais resolveu viver aqui -, o meu, o nosso muito, muito bem-vindo.

Esse país não existiria se não fossem vocês, nós não seriamos o que somos. Espero que mais gente venha, temos espaço de sobra e a tolerância certa pra lidar com as diferenças e a capacidade inata de tratar a todos os que aqui chegam como os mais novos habitantes de um lugar criado para ser o lar de todos, de qualquer um que se sinta feliz simplesmente por poder olhar ao redor, com todas as coisas contra e a favor, e sentir um bem estar indescritível, simplesmente por se sentir, hummm, desculpem a pieguice, brasileiros.

Aproveitem vocês, milhares de leitores dessa coluna, para darem os parabéns e as boas vindas a algum imigrante que vocês conheçam. Lembrem todos de onde vem o que nos torna tão especiais sobre o planeta. Recebam com carinho os nossos mais novos colegas de país, trazidos até nós por essa bela lei, que saiu do mesmo Congresso que apronta tantas besteiras, de tempos em tempos. Recebam os mais novos brasileiros como foram recebidos os que fizeram de todos nós cidadãos desse país tão difícil quanto generoso.

E vamos em frente, mostrar ao mundo o que ele está perdendo por ser tão mal-humorado, tão exclusivista, tão pouco ligado no que há de melhor e diverso nos seres humanos, que são, afinal, eles mesmos. Bem-vindos, muito bem-vindos, aqui sejam, todos vós.

Wednesday, June 17, 2009

Renata plays in Das Hotel Bar in Berlin-lin-lin-lin-lin!


Vamu nessa?

June 20th
Marianenstrasse 26A
Kreuzberg
from midnight till ???

O último que chegar é a mulher do padre!

Monday, May 25, 2009

Coisas não legais de morar na Alemanha

Convidar um amigo de uma amiga de um amigo pra vir contigo num parque e ele aparecer com a seguinte production:

1- Bermuda de caçador bege cheio de bolso

Informaçao adicional: a gente tava indo pra um parque no meio da cidade, 5 minutos de casa, dentro da civilização. A bermuda tava na altura da cintura e a camisa tava por dentro.

2- Sandálias de velcro

Todos concordamos que é muito podji mas a pessoa tem que ser tolerante nessa vida né? Então tudo bem, perdoado. Mas aí o bicho chega e adiciona o seguinte item:

3- Meias amarelo bebê de toalhinhaaaaa! (e eu nunca nem bati na minha mãe)

Informaçao adicional: fazia um calor do caralho!

Quando eu pensei que tinha acabado eu vejo ele fuçar na mochila um objeto e penso "por favor não!" e então, tchan tchan tchan tchan:

4- LENTES DE SOL PARA ENGANCHAR NOS ÓCULOS DE GRAU! Sabe qual é né? Aquelas que tu pode levantar assim e fica tipo uma viseirinha em cada olho??? (e eu acho, não sei, tive a impressão, que ele tava super orgulhoso de tá usando aquilo)

Foi díficil não infartar, juro! Lá, fingindo que nada tava acontecendo, que aquela visão não estava ferindo com ferro em brasa o bom gosto que tive tanto trabalho pra polir durante meus quase 32 anos de vida. Lá, respondendo perguntas triviais típicas de local pra recém chegado estrangeiro do tipo "meu nome é" "sou de não sei onde" "eu gosto daqui por causa de blablablá" "conheço Christian através de blablá" etc etc...

Deus me proteja dessa visão de novo na minha vida. Amém, um beijo e um queijo.

Friday, May 22, 2009

Arte Contemporânea


Muito bom! É isso aí... os poloneses são legais.

ATENÇÃO PARA OS SENSÍVEIS: material de forte humor negro!

Thursday, May 21, 2009

Caetano decaiu


Só que faz tempo, lá pelo final dos 80 começo dos 90...

Tuesday, May 05, 2009

Fui ali

na bezirksamt pra pegar meu anmeldebestätigung pra poder me inscrever na volkshochschule mas eles disseram preu ir pra a rathaus pra pedir um bürgeramt, lá me disseram que na verdade eu tinha era que ir na ausländerbehörde pra tentar um ALG II e isso é legal! tô super feliz! essa língua é do satanás mas os funcionários públicos são simpáticos.

Amel Mathlouthi - Kelmti Horra Parole Libre (Live)


"La jolie Amel sur la place de la Bastille..
Sous le charme d'une voix de soleil, de libertés de poussière et dans tes yeux la lumière...

Nous sommes des hommes libres qui n'ont pas peur
Nous sommes des secrets qui ne meurent pas
Nous sommes la voix de ceux qui ont résisté
Dans le chaos nous sommes le sens
Nous sommes le droit des opprimés...."

Um amigo me enviou essa menina se apresentando na praça da Bastilha em Paris. Da Tunísia. Num sei se tô meio sensível mas mesmo sem entender o que ela dizia eu quase chorei vendo esse vídeo. Acho que foi o que ela falou em francês. Pensei na África, na Europa, no Oriente Médio e na merda toda que nós, esses bichinhos chamados humanos, fazemos uns com os outros.

Monday, May 04, 2009

Coisas legais que se encontram na rua em Berlin


Num tarde feliz de domingo, os caras montaram o show lá no Mauer Park e passaram a tarde inteira pegando um solzinho, tocando, mostrando o trabalho deles, fazendo contatos e provavelmente se divertindo mais que todo mundo que tava ali abestalhado olhando. Muito bons!

Wednesday, April 29, 2009

Mein reizender Arbeitsbereich = My lovely workspace

(segundo o translator aqui, se tiver errado não me responsabilizem please!)

Cincilha me desafiou a postar o meu espaço de trabalho aqui mas eu tava me mudando e não tinha nem casa nem espaço de trabalho mas agora sim: esse é o meu escritório atual e por pouco tempo. Está na Kottbusser Strasse, aqui em Berlin. Dentro de 2 meses me mudarei de novo porque essa maison aqui é só pra aterrissar, a definitiva já vai rolar em breve. É provavelmente aqui onde estarei quando falo com vocês, meus queridos leitores-amigos através do msn, guglitalk, skaipe, feicibuqui e orkutchi (haja comunidade!). E of course, fazendo meus lindos trabalhinhos artísticos e designísticos. Alvinho e Bob Esponja que me inspirem!


Oia eles aqui nessa foto! É a vista da janela do lado, o pátio interno do quarteirão. Aqui em Berlin é bem legal isso, os quarteirões são ôcos e aí rola espaço pros menino brincari, pros lixo reciclado, pra cortar caminho, uma belezura! Todo dia acordo cus menino gritani, inu pra escola. Aí eu olho pela janela e quem eu vejo? Já me sinto aliviada...

Só num sei indicar outros blogueiros, os amigo que eu conheço tu já convidou :-S será que eu vou criar alergia a repolho mesmo assim?

ps: nesse terraçinho com plantinhas em cima de Alvinho tem um gatinho que aparece todo dia aguando as plantas e pegando um solzinho, pena que tem uma menina também, se não eu ia lá pedir uma xícara de açúcar "ein cup zucker bitte meu fio?"

Friday, April 24, 2009

Tuesday, April 14, 2009

Os geminianos

Vamu falar do que realmente importa nesse mundo né?
Achei esse negócio aqui no gugli e fiquei bexta! Essa mulher que escreveu isso anda me espionando... como é que ela pode me conhecer tão bem?

Resumo: mais volúvel que não sei quê, superficial, curiosa que vai morrer que nem o gato, Exu no sexo (nem me pergunte o que isso significa... meda!), Amélia jamais, metida a trator sendo uma manteiga, infantil como uma criança e chata como uma adulta.
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O signo de Gêmeos é um signo de Ar, e uma de suas características é a facilidade de comunicação, a rapidez de raciocínio e a mobilidade e volatilidade. Os geminianos não ficam parados num só instante e como borboletas passam de flor em flor, de assunto em assunto, de informação em informação.

Por esta razão é muito difícil 'prender' um geminiano por muito tempo, a menos que você lhes dê sempre algo novo para ele se interessar. Dizem que ele é muito superficial, e as vezes isto é verdade, mas a sua mente funciona de uma tal forma, que mesmo com a sua 'superficialidade' eles captam o necessário e buscam a informação sem entrar em profundezas de detalhes.

No signo de Gêmeos encontramos excelentes jornalistas, escritores e até atores, que se metamorfoseiam com facilidade em diferentes personagens. O lema de Gêmeos deveria ser "penso então eu sou", já que o seu intelecto privilegiado o move em todas as direções. Ele adora descobrir coisas novas, inventar e aprender, sempre de forma brilhante e mesmo divertida. Sim porque ele é como uma 'criança em idade escolar', sempre pronta a aprender coisas novas, neste admirável mundo novo cheio de atrações!

O geminiano não gosta de falar de sentimentos, e não aprecia as longas discussões a respeito de suas emoções. Apesar de ser o signo menos introspectivo do zodíaco ele não gosta de falar de seus momentos íntimos ou difíceis. Com seu jeito de criança, ele mudará de assunto, mostrando a sua natural mutabilidade. Gêmeos pode fazer sofrer quem o ama, pois adora a liberdade (prenda uma borboleta e ela morrerá), e não gosta de obrigações.

Sendo de um signo duplo, a ele se adapta bem ao mito dos gêmeos Castor e Pollux, nascidos da união de Zeus que, transformado em cisne se acasalou com a mortal Leda. Eles são corajosos e valentes, mas um é humano e outro é divino. Quando um dos irmãos morre, o outro toma o seu lugar, graças a um pacto feito com Zeus, para poder se alternar com o irmão no Olimpo. Assim cada um deles passa um tempo no Olimpo e um tempo na terra.

Este mito demostra um pouco a volatilidade do signo, e a estranha percepção do mundo que os geminianos têm, como se estivessem sempre pairando acima das coisas, lá no alto, de onde abrangem muito mais longe e registram as coisas de uma forma mais intuitiva e não necessariamente racional. As vezes, o geminiano entra em choque com seu próprio sentido analítico, com sua mente racional, que tenta bloquear o outro lado. Daí o conflito e a mutabilidade dos humores. O conflito constante entre o intelectual e o emocional, o masculino e o feminino, o mortal e o imortal, o Olimpo e a terra.

Do ponto de vista da sexualidade, ele as vezes é andrógino, seja feminino que masculino (por favor, não me entendam mal!). Lembrem-se que Mercúrio é o planeta que rege o signo, e Mercúrio na mitologia grega era o Deus dos ladrões, dos mentirosos, dos comerciantes e também o protetor das estradas. (Uma espécie de Exu na minha opinião). Ele era o tradutor, e o mensageiro dos deuses. Por ser neutro ele absorve facilmente o que está em volta dele e o ambiente o influencia. O Mercurius, na alquimia, é o elemento que faz a ligação entre o sal e o enxofre, entre o feminino e o masculino. É o Grande Transformador dos alquimnistas.

O ponto conflitante de Gêmeos é sem dúvida esta dualidade, entre a irresponsabilidade da criança e a racionalidade do adulto. Fazer a grande transformação, a grande alquimia é seu desafio principal.

A Mulher de Gêmeos

Bem, este tipo de mulher não é seguramente a Amélia da canção! Sendo inteligente e curiosa, será mais do tipo companheira intelectual, e não ficará em casa de chinelos e cuidando de crianças!

Ela poderá parecer um pouco superficial, gostando de flertar e borboletear, mas esta é mera curiosidade, necessidade de saber como é. Como ela deseja sempre aprender, estará sempre fazendo algum curso, se instruindo, portanto irá se limitar a conversar com o namorado ou marido, sobre os fatos da mídia, sobre os assuntos que a estão atraindo no momento, estando ela a par de tudo o que acontece. As vezes ela até tenta se adaptar àquela figura materna que o namorado/marido tanto deseja. Mas não é sua praia. Gêmeos tem uma certa tendência a reprimir suas emoções e sentimentos, tentando negá-los e submetendo-os à análise de seu intelecto. Por isto pode não conseguir lidar com as suas emoções, tentando negá-las. A mulher de Gêmeos pode parecer nervosa, somente porque reprime a emoção. Se ela for do tipo intelectual, pode envolver o parceiro em intermináveis conversas, onde tentará racionalizar tudo, mas sem analisar nada em profundidade, somente como um exercício de intelectualidade. Neste caso, o lado maternal estará seguramente prejudicado, pois os mistérios que envolvem a maternidade não são aqueles do intelecto.

As geminianas terão de qualquer maneira um bom relacionamento com os filhos, aos quais ensinarão tudo, empurrando-os para carreiras universitárias e estimulando a sua natural curiosidade. A necessidade do conhecimento é neste signo maior que a necessidade de segurança. Não que não exista um certo romantismo mas ela não conseguirá ficar cinco minutos calada, olhando um pôr de sol, sem fazer algumas considerações a respeito! Enfim, se você ama o silencio, fique longe dela!

Ela pode ter um forte senso estético e gosta de estar sempre na moda, de usar a última novidade. As coisas coloridas chamam sua atenção. Ela terá a graça de uma borboleta e a maciez de um tecido de seda. Deve ser tratada com a delicadeza que merece.

Thursday, March 26, 2009

Bolonha y violência policial

Pra dar um upgrade aqui sobre o post anterior:
O Plan Bolonha continua em vigor, nenhum passo foi dado, existem manifestações também na Itália e Grécia. Mas umeno se anunciou a demissão (ainda não aconteceu efetivamente) do chefe da polícia, suposto responsável da postura violenta da polícia em relação aos estudantes.
Se é pra ser um pouco Pollyana, a distribuição de porrada feita pela polícia serviu pra reacender a discussão e movimento contra esse Plano Bolonha - que curiosamente para a Espanha, Grécia, Itália e Portugal funcionará como um toque a mais de neoliberalismo (na educação) justo no meio de uma crise que o questiona. Vamu ver no que vai dá. Cruzemos os dedos!

Wednesday, March 18, 2009

Bella Ciao!, que também significa: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.


Esse é o vídeo publicado por outras mídias menores, se pode ver quando acontece os primeiros ataques com cacetetes aos estudantes e ao final os policiais totalmente armados e preparados com roupa e escudos especiais se "protegendo" dos "ataques" dos estudantes que usavam livros, saco de lixo encontrado na rua e papel... Além da perseguição aos mesmos, já fora da manifestação, quando já tinham se distanciado do foco de "tensão".


Video da mesma situação, publicado pela imprensa grande, onde aparecem os estudantes "atacando" os políciais de choque com os mastros das bandeiras. Segundo El Pais, teoricamente o jornal menos "fascista" daqui: "Los jóvenes buscaban guerra y la encontraron".


Video onde os policiais atacam a um jornalista. Matéria aqui. Foi a única violência injustificada assumida pela polícia. Velhinhos, uma família com filhos pequenos e crianças (uma de 10 anos) saíram feridos, estavam apenas passando pela avenida, moradores do bairro, assim como eu e Elena.

E pela pouca e quase nenhuma repercussão nos principais meios de comunicação hoje, podem botar os tanques nas ruas, a gente já tá pronto pro golpe.

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Babado forte. Sabe eu? Essa pessoa aqui teclando essas palavras? Tava correndo da polícia agorinha. 31 anos, hoje, agora, voltando da vernissage de uma galeria, quase (por 30cm, calculo eu) chego em casa manca ou um braço quebrado. Encontramos no meio do caminho os estudantes que protestavam pelo o que eu publiquei aqui no post anterior. Uns mil. Muita gente pra conseguir convocar em uma tarde (porque o que eu publiquei no post anterior aconteceu hoje de manhã). No meio da volta pra casa. Um muro feito de homens da polícia de choque, tipo robocop, não sei quantos, muitos. Helicóptero. Das viaturas/camburões umas 7 a 10. Tudo piscando azulzinho. Mas os meninos da manifestação pareciam bem pacíficos e organizados, não achei que chegaria a acontecer nenhuma violência grave, era só histeria da polícia catalã. E nem eles esperavam, pela expressão que eu vi no rosto de cada um enquanto acontecia a coisa e depois. Todo mundo BEXTA! ABEXTALHADO! Passado, de cara, sei lá como dizer mais. ENCURRALARAM a manifestação por trás e pela frente. O muro de polícias pela frente começou um dado momento (provocado por nada específico, juro!) a fazer um sanduíche de multidão junto com os que estavam atrás, dentro dos camburões, enchendo indiscriminadamente TODO MUNDO que tava na frente de porrada! Não tinha pra onde correr, parecia uma emboscada! Eu estava no meio (de passagem mas também curiosa, tinha alguns amigos que eu queria ver se encontrava) com Elena voltando de uma vernissage! Eu optei ficar parada e Elena e a maioria das pessoas optaram por correr. Eu me protegi no recuo da porta de uma loja fechada e Elena conseguiu entrar num hotel. Esperei a polícia evacuar um pouco pra sair correndo. Elena me ligou dizendo que ia tentar escapar por uma brecha, eu queria esperar mais quando o caminho tivesse mais limpo. Mas vi que igual que passaram por nós distribuindo porrada, eles voltavam pra acabar o serviço. Nessa hora eu, mesmo tendo que passar por alguns robocops disposto a dar uma porradinha aqui e acolá, arrisquei porque os que vinham voltando vinham capexte. Pronto, saí correndo, os robocop vieram atrás, todo mundo correndo desesperado, saindo da avenida principal (onde tava a manifestação) pra dentro das ruelas do gótico e os bicho atrás ainda! Gente chorando, gente ferida, barulho de ambulância, helicóptero, todo mundo passado e vários muito puuuuuutos da vida gritando pra si mesmos "fills de puta", e com razão. Já em casa, ficamos eu, Clarissa, Guillem e Guille sentados na sala um olhando p cara do outro umas 2h. Estávamos passados, parecia que alguém tinha morrido. E de certa forma tinha mesmo, o direito de expressão nesse país/continente que tá sempre exigindo de países "menos civilizados" que aprendam a ser como eles pra poder "dar certo" na vida. Os dois últimos eram os amigos que eu tava procurando quando começou o cacetete time, eu tive que dar uma volta do caralho pra chegar em casa poruqe estava tudo bloqueado e se via toda a noite pela cidade camburões dando volta acossando às pessoas que estavam circulando e um helicóptero sobrevoando o céu de Barcelona.

Em homenagem a esse momento tão bonito na democracia deste país(¿) chamado Catalunya publico aqui essa música também tão bonita. "Durante a Guerra Civil Espanhola a canção ganhou uma nova letra, sendo adotada como hino das milicias anarquistas e trotskistas contra o facismo franquista" segundo a nossa amiga wikipedia:


Una mattina mi son svegliato
O bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao
Una mattina mi son svegliato
E ho trovato l'invasor.

O partigiano portami via
O bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao
O partigiano portami via
Ché mi sento di morir.

E se io muoio da partigiano
O bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao
E se io muoio da partigiano
Tu mi devi seppellir.

E seppellire lassù in montagna
O bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao
E seppellire lassù in montagna
Sotto l'ombra di un bel fior.

E le genti che passeranno
O bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao
E le genti che passeranno
Mi diranno: "Che bel fior!".

È questo il fiore del partigiano
O bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao
È questo il fiore del partigiano
Morto per la libertà.


Um beijo a todos e saravá meu pai!

A Barcelona Civilizada


Isso tá acontecendo aqui a 5 minutos em bicicleta da minha casa. Essa violência foi direcionada a uns gato pingado de adolescentes estudantes que estão contra o Plan Bolonha, aprovado pela União Européia. Tão civilizada, cosmopolita, atualizada com as tendências modernas, avantgard, artística, bonita, blablablá blablablá (entre os gritos se escuta basicamente catalão, a língua unicamente dos seus próprios filhos).

Ainda mais, o único comentário sobre o vídeo nesse site, diz o seguinte:

"Pocos palos les han dado a esa escoria de vagos. A una la arrastran como un saco de papatatas juas y al de la sudadera verde parecia que estaba bailando juass.

Por cierto el video esta trucado, cuando el perroflauta saltarin se va a por un policia cortan el video y se le ve como la policia opresora le empieza a dar mamporrazos al perroflauta.

Sin acritud."

Tradução:

"Foram poucas as porradas que deram nesse bando de vagabundos. Uma foi arrastada como um saco de batatas hahaha e o do moleton verde parecia que tava dançando hahaha.

Por falar nisso, o vídeo tá manipulado, quando o perroflauta* saltitante vai em cima de um polícia cortam o vídeo e se vê como a polícia opressora começa a encher o perroflauta de porrada.

Sem preconceito." <--- meu deus! que meda! se supõe que esses são os ADOLESCENTES daqui...


* referência a um tipo de gente muito comum que andam com cahorros (perros) e tocam flauta pela rua pra conseguir uns trocados. Se dizem "punks" mas eu particularmente lhes chamo de mendigos de profissão. São hostilizados por muita gente, especialmente pelos mais facistas. O autor do comment "insulta" ao adolescente estudante catalão em questão chamando-o de "perroflauta".

O que eu vou fazer em Berlin:


Tem gente conhecida no meio e acabo de falar com eles, tem uma ação pra o dia 4 de abril, na frente do ministério de defesa, no 60º aniversário da NATO. Não sei se chegamos a tempo mas a próxima tô super dentro! Se eu entendi bem é um pessoal que faz parte do International Hedonists.

Tuesday, March 10, 2009

Monday, March 09, 2009

Recadinho nas entrelinhas

Tu por aqui? Welcome and enjoy darling! :-)

Baby Revolution!

Taí uma letra legal.
Stereo Total, do álbum Paris-Berlin, 2007.

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Beloved revolutionary sweetheart
There will be no revolution without sexual revolution
Out of the bedroom, into the streets
The bed is the last barricade of bourgeois life

The revolution is my boyfriend
The revolution is my girlfriend
Masturbation is counter-revolutionary
??? practice over theory
The October Revolution was with ???
Heterosexuality is the opium of the masses

Relax, think
of the revolution
Put your Marxism where your mouth is <<< muito boa! hahah
Give up your bourgeois fixation
On monogamy and fidelity

Beloved revolutionary sweetheart
There will be no revolution without sexual revolution

Wednesday, March 04, 2009

Saturday, February 28, 2009

Somebody loves cats more than me!


Quando eu crescer eu vou ser igual a esse homem.
That's how i'll be when i grow up.

Thursday, February 26, 2009

Os presento: mi marido!


Achei sem querer... Como pode ser tão gato???
24 aninhos, todo com cara de nervosinho lá na platéia com Tom Jobim quando eles ganharam o festival em 68 com Sabiá no festival do piti de Caetano.

E por falar nisso... Aqui o discurso do Caetano quando foi vaiado em 68

"Se vocês forem… se vocês, em política, forem como são em estética, estamos feitos!"



“…Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado? São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem? Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa. Eu hoje vim dizer aqui, que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o senhor Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê-la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu!”

“Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém. Vocês são iguais sabem a quem? São iguais sabem a quem? Tem som no microfone? Vocês são iguais sabem a quem? Àqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores! Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada. E por falar nisso, viva Cacilda Becker! Viva Cacilda Becker! Eu tinha me comprometido a dar esse viva aqui, não tem nada a ver com vocês. O problema é o seguinte: estão querendo policiar a música brasileira. O Maranhão apresentou, este ano, uma música com arranjo de charleston. Sabem o que foi? Foi a Gabriela do ano passado, que ele não teve coragem de, no ano passado, apresentar por ser americana. Mas eu e Gil já abrimos o caminho. O que é que vocês querem? Eu vim aqui para acabar com isso!”

“Eu quero dizer ao júri: me desclassifique. Eu não tenho nada a ver com isso. Nada a ver com isso. Gilberto Gil (entrando no palco). Gilberto Gil está aqui comigo, para nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Para acabar com isso tudo de uma vez. Nós só entramos no festival pra isso. Não é Gil? Não fingimos. Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja festival, não. Ninguém nunca me ouviu falar assim. Entendeu? Eu só queria dizer isso, baby. Sabe como é? Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem… se vocês, em política, forem como são em estética, estamos feitos! Me desclassifiquem junto com o Gil! Junto com ele, tá entendendo? E quanto a vocês… O júri é muito simpático, mas é incompetente.”

“Deus está solto!”

(Cantando) “Me dê um beijo, meu amor/ Eles estão nos esperando/ Os automóveis ardem em chamas/ (declamando) Derrubar as prateleiras/ As estantes/ As estátuas/ As vidraças/ louças, livros, sim/ E eu digo, (gritando) sim/ E eu digo, não ao não/ E eu digo: (cantando) Proibido proibir. (Discursando) Fora do tom, sem melodia. Como é júri? Não acertaram qualificar a melodia de Gilberto Gil? Ficaram por fora. Gil fundiu a cuca de vocês, hein? É assim que eu quero ver. Chega! …”

Friday, February 20, 2009

NÃO ME VENHAM COM CHORUMELAS

(sobre la conferencia y show de Arto Lindsay en CCCB)
(ABAIXO VERSÃO EM PORTUGUÊS)

Com a excel.lent aperitiu al cicle de concerts L´Efecte Tropicalia que organitza el MACBA, aquest dimecres Arto Lindsay vista l´Auditori per celebrar una conferència (19h) i posteriorment un concert (21h).

Nota de premsa

Tropicalia: moviment i moment
Conferència i concert a càrrec d´Arto Lindsay

Arto Lindsay (1953) va néixer als Estats Units, però va créixer al Brasil durant el moviment Tropicalia dels seixanta. Des dels seus treballs sobre arquitectura sorollista de finals dels setanta fins als àlbums dels noranta, plens de bossa-nova, Arto Lindsay ha fusionat ritmes, melodies i expressions verbals de nombroses cultures i gèneres d´una forma provocadora i inimitable.
-
Programa
Dimecres 11 de febrer

19.30 h Conferència
21 h Concert
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Un ciclo de conciertos y conferencias sobre la Tropicália organizado por el MACBA me recibe al volver de Brasil este año. Finalmente alguién se dió cuenta que en Brasil no hay/hubo solo la Bossa Nova. Una luz en el fin del tunel, aunque de la Wikipedia en castellano todavía diga que la Tropicália "supone la fusión de elementos de la bossa-nova, el rock'n roll, la música tradicional de Bahía, y el fado portugués". Hahahahah! Curiosa y completamente distorcionada versión para un movimiento artístico-musical que influyó nombres de la música como David Byrne, Beck Hansen, Kurt Cobain y Devendra Banhart, como dice, ahora acertado, el mismo artículo. Nota para mi misma: acuerdarme de sugerir otro contenido allá en la Wikipedia en castellano traduciendo de la versión en portugués - que curiosamente lleva una advertencia de que necesita de "fontes fiables y independientes" mencionada en el cuerpo de texto o en pie de página, lo mismo no pasa al artículo en castellano. Pero eso lo digo yo sin mencionar ninguna fonte "fiable": fiaros de la versión en portugués.

Justo al día siguiente de mi llegada, toca a la conferencia y show de Arto Lindsay. Bonísimo. Vamos yo y algunos amigos interesados en el tema.

El compositor, productor, cantante y guitarrista, como dice en la segunda línea de su biografía allá en su página web, empieza dando una noción básica de lo que era Brasil en aquella época y lo que suponía la existencia de la Tropicália en aquel momento.

Habla del conflicto entre la gente de las canciones de protesta, ya reconocidos y premiados por los festivales de música de la época, y los tropicalistas, acusados por los primeros de "superficiales" porque no hablaban directamente de los problemas tan graves que afligían el pais como hacían ellos. Muy ácido, comparó los de los festivales con los de Eurovision aqui. Ha exagerado en la comparación peligrosa, pero dió una noción muy clara que la Tropicália NO era mainstream (ni de la resistencia contra la dictadura) y no fué comprendida por los compañeros de "lucha" en su tiempo.

Habla por ejemplo de un dato muy importante y poco conocido aqui: en aquella época cerca de 50% de la población brasileña era analfabeta (hoy todavía 10% sigue asi), lo que provocaba una cultura basicamente oral (como siempre ha sido en el caso de los indígenas de alli) y eso se nota muchísimo en la cultura del país. Al contrário de México, por ejemplo, donde uno hasta hoy, con toda la destrucción que ha sufrido la cultura local, puede tener contacto con registros muy concretos de ello porque estan alli los monumentos y los escritos. En Brasil la historia antes de los colonizadores es muchísimo mas dificil de rescatar por la cultura de los indígenas de ahi haber sido basicamente nómade y oral. Quedan muy pocos registros de arte rupestre en piedras abandonadas o deformadas por acción de la naturaleza y humana. Lo que vale mas en Brasil hasta hoy y en aquella época mas, es la cultura oral. Estoy de acuerdo con Lindsay, a parte de la clara influencia africana, seguramente ese es uno de los factores que ha hecho de la música un medio de expresión tan importante en Brasil y una herramienta poderosa.

Comentó también sobre Hélio Oiticica, figura de las artes que mucho ha influenciado a los artistas de la Tropicália. Y de antemano se desculpa por NO ser la persona indicada para hablar del tema, estando presente en la conferencia, un artista como el Cildo Meireles y una otra persona que no identifiqué al momento. Era apenas un amigo personal de Hélio. Y enseñó 2 músicas, fotos completamente aleatorias de Brasil, manifestaciones populares en carnaval, obras de arte y incluso una foto de su hijo difrazado de batman, lo que hizo mucha gracia al público, se han reido todos.

Comentó también la importancia de la Bossa Nova para la imagen de Brasil fuera de Brasil que hasta entonces era reconocido apenas por las mulatas, las playas y el carnaval. "Una imagem muy pequeña para todo lo que puede ser un pais" - segun sus propias palabras. Como menciona también Tom Zé en tono también muy ácido (criticando a Europa) en su canción "Vaia de Bêbado não vale":

Primeira edição
No dia em que a bossa nova inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu o Brasil
Teve que fazer direito....
Teve que fazer Brasil...Bis

Criando a bossa nova em 58
O Brasil foi protagonista
De coisa que jamais aconteceu
Pra toda a humanidade
Seja na moderna história
Seja na história da antiguidade
Por isso, meu nego,
Vaia de bebo não vale......
De bebo vaia não vale...Bis
Segunda Edição

No dia em que a bossa-nova inventou o Brasil,
Quando aquele ano começou, nas Águas de Março de 58,
O Brasil só exportava matéria prima
Essa tisana.
Isto é o mais baixo grau da
capacidade humana
E o mundo dizia:
Que povinho retardado
Que povo mais atrasado...Tris


Terceira Edição
No dia em que a bossa-nova
inventou o Brasil,
A surpresa foi que no fim daquele mesmo ano
Para toda a parte
O Brasil d'O Pato
Com a bossa nova, exportava arte,
O grau mais alto da capacidade
humana
E a Europa, assombrada:
Que povinho audacioso...........
Que povo civilizado.........Tris

Pato ziguepato ziguepato Pato
Pato ziguepato ziguepato Pato

Tratou com desacato o nosso amado Pato
Viva a vaia, seu Augusto,
Viva a vaia, seu João,
Viva a vaia, viva a vaia.
Viva a vaia com Diós, amor,
Porque me soy argentino
Gentino, gentino, gentino.

Comentario muy importante, bajo mi punto de vista, especialmente dicho aqui en Europa. Y que se reveló mas importante todavía después de los comentários de algunas personas del público:

Como uno que comentó que, "como apreciador de la música brasileira", conociendo a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Milton Nascimento, tiene la impresión que en Brasil hubo un "bum" de música que nunca fue repetido hasta hoy. Por lo que entendi, dijo que no hay en Brasil nada después de aquello que pueda ser considerado tan significativo. Esa afirmación, repite la misma impresión racista de la cual se queja Arto Lindsay y Tom Zé. Es muy comun en Europa, creer que todo lo que hay en el mundo es lo que conoce ella a respecto del mundo. Nos se les ocurre que a lo mejor hace falta un poco mas que todos los medios modernos, la sed de cultura y el dinero que tiene Europa para conocer verdaderamente a otras culturas. No se les ocurre que cada vez mas Brasil (por ejemplo) ya no necesita que Europa reconozca sus hazañas para que las tenga legitimada. Ya existen otras prioridades en Brasil. Menos mal y hace muy poco tiempo.

Actualmente lo que se conoce de cultura brasileira en Europa es lo que esperan de la cultura brasileira, no lo que realmente hay. Porque no todo lo que hay les interesa. Porque no todo lo que hay es diferente. Os suena un fenómeno llamado "globalización"? Por eso que nadie escuchó hablar de grupos como Mundo Livre S/A, Mombojó, Fellini, Titãs, los primeros trabajos de Arnaldo Antunes, muchos de Tom Zé, el trabajo solo de Arnaldo Baptista, Cidadão Instigado, los nada nuevos como Arrigo Barnabé, Hermeto Pascoal, Itamar Assumpção, Jorge Mautner, Jards Macalé y si quieres hablamos de los varios grupos pops de hoy que nadie se entera que existen cuando en Brasil ya nadie os aguanta. Todavía la Europa "apreciadora de la música brasileira" esta con la Bossa Nova y sus trillones de remixes, Jorge Ben y el samba del carnaval de Rio. Con la diversidad y el ritmo frenético que se produce música de calidad en Brasil, escuhar aqui que SOLO hay/hubo aquello es un poco fuerte.

Ok, podemos hablar de lo significante que fué el final de los 60 y principio de los 70 en la música de todo el mundo occidental, pero seria profundizar demasiado el tema y ya se me acumulan demasiadas lineas aqui. Los que necesiten mas aprofundamento quedamos para un té y hablamos. A! A respecto de eso el Arto Lindsay también hizo un comentario muy clavado (y divertido). Dijo que solía decir que Brasil (asi como todos los demas paises de la Ameria Latina) es un pais del Oriente, ya que nunca es considerado cuando se menciona el "Occidente". Eso os puede explicar bien nuestro amigo Eduardo Galeano - Olé! Finalmente: una referencia "fiable"! Ves que no voy tan mal?

Detalle: todos esas referencias "muy superficiales" que hizo Arto Lindsay para introducir el público a la Tropicália en la conferencia tomaron 30 minutos mas de lo previsto. En el momento de "alguién tiene alguna pregunta", el primero que se pronuncia, que segun un amigo presente suele ir a las conferencias y tirar bombas a ver que pasa, le dice al Arto Lindsay que creía que Brasil sigue siendo el país de "las mulatas, las playas y el carnaval" por personas como él, que no saben de lo que hablan, que le parece un "vergonzoso" que se atreva a hablar de un tema que no domina. Mas tarde le escuché comentar a una persona que le vino hablar que dijo eso porque le parecia "una falta de respecto hablar de Helio Oiticica de aquella manera". Bueno, si la forma como habló Arto Lindsay sobre Helio Oiticica era falta de respecto, yo no se que es respecto.

Escuché también, de los mismos amigos que han venido a ver la conferencia conmigo, que el Arto Lindsay no se preparó, que seguro cobró un paston para ello (desde cuando estabamos hablando de pasta?), que no se dió al trabajo de buscar fotos que no se encuentren el google, que subestimó a los festivales de música que tanto han revolucionado Brasil y otras cosas que no me acuerdo ahora. Pero creo que el concierto que hemos visto en seguida ha sido una buena respuesta para todas esas cuestiones. Cuando el arte llega directamente a nuestras víceras, nos emociona, a través de la rabia, de la euforia, de la indignación, de la alegria, de la tristeza, de lo que sea, es cuando realmente sirve a lo que vino.

Especialmente en aquel contexto, donde este evento fué programado simplemente cumpliendo la vieja tendencia en Barcelona de imitar a Londres, ya que el Barbican hizo lo mismo hace 2 años, la "preparación", el "respecto", las exigidas "referencias fiables" y fotos inéditas estarían hasta hoy inútiles apuntados en nuestros cuadernitos. Y para decir la verdad, ninguno de nosotros llevaba cuadernito, pero bueno... el público de aquella noche (y arriesgaría decir que hasta los orgnizadores del evento) no tenían ni idea de lo que fue la Tropicália, ni siquiera saben que Bossa Nova también es samba...

Es justo la vieja pelea de la canción de protesta de los festivales X Tropicália, de la revolución a través del sistema X la revolución a través del individuo. De echo, todas son necesarias y ninguna tiene menos valor. Por favor, não me venham com chorumelas!

Un beso!
Ese texto lo firmo yo, sin referencias bibliográficas, ni notas de pie de página.


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11 de fevereiro de 2009

Um ciclo de shows e conferências sobre a Tropicália, organizado pelo MACBA (Museu de Arte Contemporaneo de Barcelona) foi quem me recebeu quando eu voltei do Brasil esse ano. Finalmente alguém se deu conta que no Brasil não existe só Bossa Nova. Uma luz no fim do túnel, ainda que a Wikipedia em castelhano diga que a Tropicália "supone la fusión de elementos de la bossa-nova, el rock'n roll, la música tradicional de Bahía, y el fado portugués". Hahahah! Definição muito curiosa e completamente torta para um movimento artístico-musical que influenciou nomes da música como David Byrne, Beck Hansen, Kurt Cobain y Devendra Banhart, como diz, agora acertando, o mesmo artigo. Nota para mim mesma: lembrar de sugerir outro conteúdo lá na Wikipédia usando como base a versão em português - que curiosamente tem uma advertência dizendo que necessita "fontes fiáveis e independentes" dentro do texto ou no rodapé, o mesmo não acontece no mesmo (e troncho) artigo em castelhano.

Justo no dia depois da minha chegada, é o dia da conferência de Arto Lindsay. Massa. Fui com uns amigos que estavam interessados no assunto.

O compositor, produtor, cantor e guitarrista, como diz na segunda linha de sua biografia lá no site, começa dando uma noção do que era o Brasil naquela época e o que significava a existência da Tropicália naquele momento.

Fala do conflito entre o pessoal das canções de protesto, já reconhecidos e premiados pelos festivais de música da época, e os tropicalistas, acusados pelos primeiros de "superficiais" porque não falavam diretamente dos problemas tão graves que afligiam o país como eles faziam. Muito ácido, Arto Lindsay comparou o pessoal dos festivais com o equivalente aqui do programa "Ídolos" da Record no Brasil. Exagerou na comparação perigosa, mas deixou bem claro pros gringos que a Tropicália não era mainstream (nem da resistência contra a ditadura) e não foi compreendida pelos companheiros de "luta" na época.

Fala por exemplo num dado muito importante e pouco conhecido aqui: naquela época cerca de 50% da população brasileira era analfabeta e isso se nota muito na cultura de um país. Ao contrário do México, por exemplo, que mesmo com toda a destruição, ainda se podem ver facilmente registros da civilização antes dos colonizadores pelos monumentos e escritos presentes, é muito difícil no Brasil resgatar o que existia antes porque os nossos índios eram basicamente nômades e não tinham linguagem escrita. Existem pouquíssimos registros disponíveis. O que vale até hoje no Brasil e naquela época mais, é a cultura oral. Tô de acordo com o Lindsay, além da influência clara da cultura africana, isso provavelmente influenciou bastante ao fato da música no Brasil ser um meio de expressão tão importante e uma ferramenta poderosa.

Comentou também sobre Hélio Oiticica, como sabem os mais informados, figura que influenciou muito os artistas da Tropicália. E de antemão se desuculpou por não ser a pessoa adequada para falar do assunto, sendo apenas um amigo pessoal do Hélio e estando ali presente o artista Cildo Meireles (com exposição no MACBA, depois é claro, de passar por Londres) e outra pessoa que não identifiquei quem era. Mostrou 2 músicas: "Chega de Saudade" quando falou do momento Bossa Nova que vivia o Brasil na mesma época e "Alegria alegria" para começar a falar da Tropicália em si. Mostrou fotos aleatórias do Brasil, de manifestações populares no carnaval, de obras de arte e arquitetura e uma foto do seu filho vestido de Batman e todo mundo riu.

Comentou também da importância da Bossa Nova para o Brasil fora do Brasil, que até então era conhecido apenas pelas mulatas, praias e carnaval. "Uma imagem muito pequena comparado a tudo o que pode ser um país" - segundo suas próprias palavras. A mesma coisa observa Tom Zé, também em tom ácido, na música "Vaia de Bêbado não vale":

Primeira edição
No dia em que a bossa nova inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu o Brasil
Teve que fazer direito....
Teve que fazer Brasil...Bis

Criando a bossa nova em 58
O Brasil foi protagonista
De coisa que jamais aconteceu
Pra toda a humanidade
Seja na moderna história
Seja na história da antiguidade
Por isso, meu nego,
Vaia de bebo não vale......
De bebo vaia não vale...Bis
Segunda Edição

No dia em que a bossa-nova inventou o Brasil,
Quando aquele ano começou, nas Águas de Março de 58,
O Brasil só exportava matéria prima
Essa tisana.
Isto é o mais baixo grau da
capacidade humana
E o mundo dizia:
Que povinho retardado
Que povo mais atrasado...Tris


Terceira Edição
No dia em que a bossa-nova
inventou o Brasil,
A surpresa foi que no fim daquele mesmo ano
Para toda a parte
O Brasil d'O Pato
Com a bossa nova, exportava arte,
O grau mais alto da capacidade
humana
E a Europa, assombrada:
Que povinho audacioso...........
Que povo civilizado.........Tris

Pato ziguepato ziguepato Pato
Pato ziguepato ziguepato Pato

Tratou com desacato o nosso amado Pato
Viva a vaia, seu Augusto,
Viva a vaia, seu João,
Viva a vaia, viva a vaia.
Viva a vaia com Diós, amor,
Porque me soy argentino
Gentino, gentino, gentino.

Comentário muito importante, na minha opinião, especialmente se feito aqui na Europa. E se revelou ainda mais importante depois dos comentários de algumas pessoas do público:

Como um que comentou que, "como apreciador da música brasileira", conhecendo a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Milton Nascimento, (ufff... de novo!) tem a impressão que nessa época o Brasil teve um "bum" na música que nunca foi repetido até hoje. Pelo o que eu entendi, disse que não existe no Brasil nada depois daquilo que possa ser considerado significativo. Essa afirmação, repete a mesma impressão racista da qual se queixa Arto Lindsay e Tom Zé. É muito comum na Europa, acreditar que tudo o que existe no mundo é o que ela tem conhecimento que existe. Não se dão conta que talvez precise um pouco mais do que dinheiro, meios modernos e a sede de cultura que eles têm para verdadeiramente conhecer outras culturas. Não se dão conta que cada vez mais o Brasil (por exemplo) já não necessita do aval da Europa para legitimar seu próprio valor. Já existem outras prioridades no Brasil. Ainda bem e faz pouco tempo.

Atualmente o que se conhece da cultura brasileira na Europa é o que esperam da cultura brasileira, não o que realmente existe. Porque nem tudo lhes interessa. Porque nem tudo que existe lá é diferente. Já somos, em muitos aspectos, bastante iguais. É aquele história da "globalização". Por isso que ninguém ouviu falar de grupos como Mundo Livre S/A, Mombojó, Fellini, Titãs, os primeiros trabalhos de Arnaldo Antunes, muitos de Tom Zé, o trabalho solo de Arnaldo Baptista, Cidadão Instigado, os nada novos Arrigo Barnabé, Hermeto Pascoal, Itamar Assumpção, Jorge Mautner, Jards Macalé e se quiser podemos falar de todos os grupos pops que ninguém tem idéia de quem são e no Brasil já estamos cansados. A Europa "apreciadora de música brasileira" está ainda com a Bossa Nova e seus zilhões de remixes, Jorge Ben e o samba do carnaval do Rio de Janeiro. Com tanta diversidade e o ritmo frenético que se produz música de qualidade no Brasil, escutar aqui na Europa que só existe Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Milton Nascimento é um pouco ridículo. Isso era dentro de uma conferência de pessoas interessadas em Arto Lindsay e Tropicália, não era num show de Ivete Sangalo não.

Ok, podemos se quiser, para encontrar algum sentido na afirmação do colega aí, considerar a fase final dos 60 e começo dos 70 como um momento muito especial que foi para toda a música do mundo ocidental, mas aí a gente já aprofunda demais o assunto e eu já tô exagerando na quantidade de linhas. Quem quiser discutir o assunto a gente marca pra uma cervejinha. Ah! Falando no mundo "ocidental", Arto Lindsay também fez um comentário bastante pungente (e engraçado). Disse que costumava dizer que o Brasil (assim como os outros países da América Latina) pertencem ao Oriente, já que nunca são considerados quando se fala em "Ocidente". E é verdade. Isso quem pode explicar bem é o nosso amigo Eduardo Galeano - viu? Eu também sei dar "referências fiáveis"!

Detalhe: todas essas "informações superficiais" que deu o Arto Lindsay para introduzir o público à Tropicália na conferência tomaram 30 minutos a mais do que o previsto. No momento de "alguém tem alguma dúvida", o primeiro que se pronuncia, que segundo um amigo é um papa-conferências que costuma soltar umas bombas pra ver no que dá, diz ao Arto Lindsay que acreditava que o Brasil continua sendo o país das "mulatas, praias e carnaval" por causa de pessoas como ele, que não sabem do que falam, que acha uma "vergonha" que ele se atreva a falar de um assunto que não conhece. E depois escutei o mesmo rapaz comentar a uma pessoa que veio discutir com ele, que ele achava "uma falta de respeito que se falasse do Hélio Oiticica daquela maneira". Bom, se a forma como Arto Lindsay falou de Hélio Oiticica era falta de respeito, eu já não sei o que é respeito.

Escutei também, agora dos mesmos amigos que vieram a ver a conferência comigo, que o Arto Lindsay não se preparou, que com certeza ganhou uma grana pra fazer aquela conferência (desde quando alguém aqui tá falando de dinheiro?), que não se deu ao trabalho de procurar fotos que não se encontrem em Google, que subestimou aos festivais de música que tanto revolucionaram o Brasil e outras coisas que não me lembro. Mas acredito que o show que se viu depois da conferência foi uma boa resposta para todas essas questões. É, quando a arte chega diretamente a nossas víceras, nos emociona, através da raiva, da euforia, da indignaçñao, da alegria, da tristeza e o que vier, é quando realmente serve pra alguma coisa.

Especialmente naquele contexto, onde o evento foi programado simplesmente cumprindo a velha tendência em Barcelona de imitar Londres, já que o Barbican fez essa mesma programação há 2 anos atrás, a "preparação", o "respeito", as exigidas "referências fiáveis" e fotos inéditas estariam hoje anotadas inutilmente nos nossos caderninhos. E pra dizer a verdade, nenhum de nós tínhamos um caderninho... o público daquela noite (e arriscaria dizer que até os organizadores do evento) não tinham nem idéia do que foi a Tropicália, nem sequer sabem que Bossa Nova também é samba...

É exatamente a velha briga entre os da canção de protesto X tropicalistas, da revolução através do sistema X revolução individual. Na verdade, todas são necessárias e nenhuma tem menos valor. Por favor, minha gente, não me venham com chorumelas!

Um beijo!
Esse texto assino eu, sem referências bibliográficas, nem rodapés.

Thursday, February 19, 2009

Andy Goldsworthy


Amigos que gostam de coisas bonitas, artistas e não artistas, por favor vejam o documentário desse menino "Rivers and Tides". E se possível num telão com uma qualidade boa, porque é pra lavar os olhos.

Wednesday, February 18, 2009

ISSO É R-I-D-Í-C-U-L-O!

Dois submarinos (um francês e o outro britânico) se CHOCARAM no Oceano Atlântico

Se a gente botasse isso no roteiro de um filme ia ser cortado por "irreal"!

Pelo amor de Deus, que é isso minha gente? Segundo a imprensa espanhola, tanto o governo britânico como o francês declararam que os submarinos não estavam na mesma missão (apesar dos dois levarem cada um 16 mísseis e 48 cabeças nucleares) e não disseram o que eles tavam fazendo ali. O governo britânico nem reconheceu a existência do submarino! Parece que os bicho eram tão modernos, tão modernos, que tinham um sistema para anti-detecção tão fuderoso, que não se detectaram mutuamente e se chocaram dentro da imensidão que é o Oceano Atlântico... me poupeeeee! Faço minhas as palavras do jornalista Iñaki Gabilondo nessa matéria sobre o assunto: os equipamentos de guerra existem porque precisamos deles ou precisamos deles porque existem?

O QUE É QUE ESSE POVO TAVA FAZENDO COM TANTO ARMAMENTO NUCLEAR NO MEIO DO OCEANO ATLÂNTICO? Isso ninguém respondeu. Tão fingindo que num é com eles.

Eu hein... e o mundo tá na mão desse povo e seus amiguinhos... bate na madeira!

Sunday, February 15, 2009

EL MUNDO BASADO EN EL "SISTEMA PERRO"

(VERSÃO EM PORTUGUÊS ABAIXO)

EL MUNDO SEGÚN CASCIARI
Por Hernán Casciari.

Leí una vez que la Argentina no es mejor ni peor que España, sólo más joven. Me gustó esa teoría y entonces inventé un truco para descubrir la edad de los países basándome en el 'sistema perro'.

Desde chicos nos explicaron que para saber si un perro era joven o viejo había que multiplicar su edad biológica por 7. En el caso de los países hay que dividir su edad histórica entre 14 para saber su correspondencia humana. ¿Confuso?

En este artículo pongo algunos ejemplos reveladores.

Argentina nació en 1816, por lo tanto ya tiene 190 años. Si lo dividimos entre 14, Argentina tiene 'humanamente' alrededor de 13 años y medio, o sea, está en la edad del pavo.

Es rebelde, pajera, no tiene memoria, contesta sin pensar y está llena de acné (¿será por eso que le dicen el granero del mundo?

Casi todos los países de América Latina tienen la misma edad y, como pasa siempre en esos casos, forman pandillas.

La pandilla del Mercosur son cuatro adolescentes que tienen un conjunto de rock. Ensayan en un garaje, hacen mucho ruido y jamás han sacado un disco.

Venezuela, que ya tiene tetitas, está a punto de unirse a ellos para hacer los coros. En realidad, como la mayoría de las chicas de su edad, quiere tener sexo, en este caso con Brasil, que tiene 14 años y el miembro grande.

México también es adolescente, pero con ascendente indígena. Por eso se ríe poco y no fuma ni un inofensivo porro, como el resto de sus amiguitos, sino que mastica peyote, y se junta con Estados Unidos, un retrasado mental de 17, que se dedica a atacar a los chicos hambrientos de 6 añitos en otros continentes.

En el otro extremo está la China milenaria. Si dividimos sus 1,200 años por 14 obtenemos una señora de 85, conservadora, con olor a pipí de gato, que se la pasa comiendo arroz porque no tiene -por ahora- para comprarse una dentadura postiza. La China tiene un nieto de 8 años, Taiwán, que le hace la vida imposible.

Está divorciada desde hace rato de Japón, un viejo cascarrabias, que se juntó con Filipinas, una jovencita pendeja, que siempre está dispuesta a cualquier aberración a cambio de dinero.

Después, están los países que acaban de cumplir la mayoría de edad y salen a pasear en el BMW del padre. Por ejemplo, Australia y Canadá, típicos países que crecieron al amparo de papá Inglaterra y mamá Francia, con una educación estricta y concheta, y que ahora se hacen los locos. Australia es una pendeja de poco más de 18 años, que hace topless y tiene sexo con Sudáfrica; mientras que Canadá es un chico gay emancipado, que en cualquier momento adopta al bebé Groenlandia para formar una de esas familias alternativas que están de moda.

Francia es una separada de 36 años, más puta que las gallinas, pero muy respetada en el ámbito profesional. Tiene un hijo de apenas 6 años: Mónaco, que va camino de ser puto o bailarín... o ambas cosas. Es amante esporádica de Alemania, camionero rico que está casado con Austria, que sabe que es cornuda, pero no le importa.

Italia es viuda desde hace mucho tiempo. Vive cuidando a San Marino y al Vaticano, dos hijos católicos idénticos a los mellizos de los Flanders. Estuvo casada en segundas nupcias con Alemania (duraron poco: tuvieron a Suiza), pero ahora no quiere saber nada con los hombres.

A Italia le gustaría ser una mujer como Bélgica: abogada, independiente, que usa pantalón y habla de política de tú a tú con los hombres (Bélgica también fantasea a veces con saber preparar espaguettis).

España es la mujer más linda de Europa (posiblemente Francia le haga sombra, pero pierde espontaneidad por usar tanto perfume).. Anda mucho en tetas y va casi siempre borracha. Generalmente se deja follar por Inglaterra y Después hace la denuncia.

España tiene hijos por todas partes (casi todos de 13 años), que viven lejos. Los quiere mucho, pero le molesta que, cuando tienen hambre, pasen una temporada en su casa y le abran la nevera.

Otro que tiene hijos desperdigados es Inglaterra. Sale en barco por la noche, se tira a las pendejas y a los nueve meses aparece una isla nueva en alguna parte del mundo. Pero no se desentiende de ella. En general las islas viven con la madre, pero Inglaterra les da de comer. Escocia e Irlanda, los hermanos de Inglaterra que viven en el piso de arriba, se pasan la vida borrachos y ni siquiera saben jugar al fútbol. Son la vergüenza de la familia.

Suecia y Noruega son dos lesbianas de casi 40 años, que están buenas de cuerpo, a pesar de la edad, pero no le dan bola a nadie. Cojen y trabajan, pues son licenciadas en algo. A veces hacen trío con Holanda (cuando necesitan porro); otras, le histeriquean a Finlandia, que es un tipo medio andrógino de 30 años, que vive solo en un ático sin amueblar y se la pasa hablando por el móvil con Corea.

Corea (la del sur) vive pendiente de su hermana esquizoide. Son mellizas, pero la del norte tomó líquido amniótico cuando salió del útero y quedó estúpida. Se pasó la infancia usando pistolas y ahora, que vive sola, es capaz de cualquier cosa.

Estados Unidos, el retrasadito de 17, la vigila mucho, no por miedo, sino porque le quiere quitar sus pistolas.

Israel es un intelectual de 62 años que tuvo una vida de mierda. Hace unos años, Alemania, el camionero, no lo vio y se lo llevó por delante. Desde ese día Israel se puso como loco.

Ahora, en vez de leer libros, se lo pasa en la terraza tirándole piedras a Palestina, que es una chica que está lavando la ropa en la casa de al lado.

Irán e Irak eran dos primos de 16 que robaban motos y vendían los repuestos, hasta que un día le robaron un repuesto a la motoneta de Estados Unidos y se les acabó el negocio. Ahora se están comiendo los mocos.

El mundo estaba bien así, hasta que un día Rusia se juntó (sin casarse) con la Perestroika y tuvieron como docena y media de hijos. Todos raros, algunos mongólicos, otros esquizofrénicos.

Hace una semana, y gracias a un despelote con tiros y muertos, los habitantes serios del mundo descubrimos que hay un país que se llama Kabardino-Balkaria. Un país con bandera, presidente, himno, flora, fauna....y ¡hasta gente!

A mí me da un poco de miedo que aparezcan países de corta edad, así, de repente. Que nos enteremos de costado y que, incluso, tengamos que poner cara de que ya sabíamos, para no quedar como ignorantes Y yo me pregunto:

¿Por qué siguen naciendo países, si los que hay todavía No funcionan?

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O MUNDO BASEADO NO "SISTEMA DO CACHORRO"
(a tradução é minha, portanto, perdoem os deslizes, mas eu diria que está bastante "honesta")

O Mundo segundo Casciari
Por Hernán Casciari

Li uma vez que a Argentina não é nem melhor nem pior que a Espanha, só mais jovem. Gostei dessa teoria e então inventei um truque para descobrir a idade dos países me baseando no "sistema do cachorro"...

Desde pequenininhos nos explicaram que para saber se um cachorro era jovem ou velho, tinha que multiplicar sua idade biológica por 7. No caso dos países tem que dividir sua idade histórica por 14 para saber sua correspondência humana. Confuso?

Nesse artigo ponho alguns exemplos reveladores.

Argentina nasceu em 1816, portanto já tem 190 anos. Se dividimos por 14, a Argentina tem "humanamente" mais ou menos 13 anos e meio, ou seja, está na flor da idade.

É rebelde, punheteira, não tem memória, responde sem pensar e tem um monte de espinhas.

Quase todos os países da América Latina têm a mesma idade e, como acontece sempre nesses casos, formam grupinhos.

O grupinho do Mercosul são quatro adolescentes que têm um grupo de rock. Ensaiam numa garagem, fazem muito barulho e nunca gravaram um disco.

A Venezuela, que já tem peitinho, tá a ponto de se juntar com eles para fazer o backing vocal. Na realidade, como a maioria das meninas da sua idade, já quer fazer sexo, nesse caso com Brasil, que tem 14 anos e o membro maior.

México também é adolescente, mas com descendência indígena. Por isso ri pouco e nao fuma nem um inofensivo baseado, como o resto dos amiguinhos, mas mastiga muito peyote, e se junta com Estados Unidos, um retardado mental de 17, que se dedica a atacar aos meninos famintos de 6 aninhos de outros continentes.

Do outro lado tá a china milenária. Se dividimos seus 1200 anos por 14 obtemos uma senhora de 85, conservadora, fedendo a mijo de gato, que come arroz porque não tem (por enquanto) um tostão pra comprar uma dentadura. A China tem um neto de 8 anos, Taiwan, que faz da vida dela um inferno.

Está divorciada faz tempo do Japão, um velho rabugento, que se juntou com Filipinas, uma jovenzinha trelosa, que sempre tá disposta a qualquer aberração por dinheiro.

Depois, vêm os países que acabam de ser maiores de idade e tiram onda com a BMW do pai. Por exemplo, Austrália e Canadá, típicos países que cresceram sob o amparo de papai Inglaterra e mamãe França, com uma educação dura e que agora tão dando uma de doidos. Austrália é uma pirralha de pouco mais de 18 anos, que faz topless e sexo com África do Sul; enquanto Canadá é um jovem gay emancipado, que em qualquer momento adota o bebê Groenlândia para formar uma dessas famílias alternativas que tá na moda.

França é uma separada de 36 anos, mais puta que uma galinha, mas muito respeitada no âmbito profissional. Tem um filho de apensas 6 anos: Mônaco, que já tá se encaminhando pra ser michê ou bailarino... ou as duas coisas. É amante esporádica de Alemanha, caminhoneiro rico que tá casado com Áustria, que sabe que é cornuda, mas não se importa.

Itália faz tempo que é viúva. Vive cuidando a San Marino e Vaticano, dois filhos católicos idênticos aos gêmeos dos Flanders. Teve casada em segundas núpcias com Alemanha (duraram pouco: tiveram Suiça), mas agora não quer mais saber de homens.

A Itália queria ser uma mulher como a Bélgica: advogada, independente, que usa calça comprida e fala de política cara a cara com os homens (Bélgica as vezes também sonha em saber preparar um bom espaguetti).

Espanha é a mulher mais linda da Europa (provavelmente França disputa o lugar com ela, mas perde em espontaneidade porque usa muito perfume). Anda muito com os peitos de fora e quase sempre bêbada. Geralmente deixa que a Inglaterra lhe coma e depois a denuncia.

Espanha tem filhos espalhados por todo canto (quase todos de 13 anos), que moram longe. Adora a todos, mas odeia que, quando tenham fome, venham passar um tempo em sua casa e abram a geladeira.

Outro que tem filhos espalhados pelo mundo é Inglaterra. Sai de barco toda noite, flerta com menores e aos nove meses aparece uma ilha nova em alguma parte do mundo. Mas não se desentende com ela. Em geral as ilhas vivem com a mãe, mas Inglaterra lhes dá de comer. Escócia e Irlanda, os irmãos de Inglaterra que vivem no apartamento de cima, gastam o tempo todo bêbados e nem sequer sabem jogar futebol. São a vergonha da família.

Suécia e Noruega são duas lésbicas de quase 40 anos, que estão enxutonas, apesar da idade, mas não dão bola a ninguém. Trabalham, porque têm o diploma para isso. As vezes fazem trio com Holanda (quando precisam de um baseadinho); e outras vezes, dão piti pra Finlândia, que é um cara meio andrôgeno de 30 anos, que mora sozinho numa cobertura sem móveis e passa a vida falando com Corea.

Corea (a do sul) vive pendente da sua irmã esquizóide. São gêmeas, mas a do norte tomou líquido aminiótico quando saiu do útero e ficou mongol. Passou a infância inteira usando revólveres e agora, que vive sozinha, é capaz de qualquer coisa.

Estados Unidos, o retardadinho de 17, a observa muito, não por medo, mas porque quer roubar-lhe os revólveres.

Israel é um intelectual de 62 anos que teve uma vida de merda. Faz um tempo, Alemanha, o caminhoneiro, não o viu e o passou por cima dele com tudo. Desde esse dia Israel ficou louco.

Agora, em vez de ler livros, fica na varanda jogando pedra na menina que lava a roupa da vizinha, Palestina.

Iran e Iraque eram dois primos de 16 que roubavam motos e vendiam as peças, até que um dia roubaram uma peça da moto de Estados Unidos e o negócio deles foi pras cucuias. Agora tão coçando o saco.

O mundo estava bem assim até que um dia Rússia se juntou (sem casar) com a Perestroika e tiveram mais ou menos uma dúzia de filhos. Todos esquisitos, alguns mongólicos, outros esquizofrênicos.

Faz uma semana, e graças a uma briga que rolou tiros e mortos, os habitantes sérios do mundo descobrimos que existe um país que se chama Kabardino-Balkaria. Um país com bandeira, presidente, hino, flora, fauna... e até gente!

Me dá um pouco de medo que apareçam países assim de pouca idade, de repente. Que a gente só saiba por acaso e que, inclusive, tenhamos que fazer cara que já sabíamos, pra não parecer ignorantes. E eu me pergunto:

Porque continuam nascendo países, se os que já existem ainda não funcionam?