Tuesday, July 21, 2009

Julie Delpy - Mr Unhappy

Minha gente, me chamem de mulherzinha mas eu nunca tinha achado nada que descrevesse tão bem essa situação. A historinha é meio triste né? Mas acontece (eu que o diga). Pronto, num digo mais nada pra não ficar aqueles blogs de mulher-independente-trintona-solteira-metida-a-bem-resolvida-mas-toda-noiadona que eu odeio.

Quem quiser a muzguinha me pede que eu mando por e-mail porque eu procurei no iutchubi e num achei não. É bem lindinha, completa a letra.


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Why do you want me to be what I could never be?
Why do you want me to act like I was another man?
You always say I'm crazy, then why do you stay with me?
Oh, tell me why...

Mister Unhappy
Mister Always Angry
Mister Always Sad
Mister Dissatisfied
Tell me what to do
So I could be with you
Tell me how to be
So you could love me...

I tried to behave for you
Just so you would not argue
I changed my personality
So you treat me with decency
My feisty temper doesn't agree
With your perfect idea of me
You even made a proposition
That I should be on medication
Remind me what you love about me, mister

Mister Unhappy
Mister Always Grumpy
Mister always cool
Mister often cruel
You're the one saying "I need some serious, serious fixing
But who the hell are you to tell me what to do?

Now it's over and I feel like a newborn child
I see hope and beauty in the little patches of grass
You almost made me be like one of your sad fantasies
You almost made me feel like I wasn't with you...
No more wasting my life with you, Mister

Mister Superficial
Mister "I am so special"
Mister "Something's wrong"
Let me sing you a song
Mister Unhappy and Angry
Mister Sad and Dissatisfied
Mister controlling and mind fucking
Grumpy and Complexity
Mister cool, mister often cruel
You're so unhappy and lonely
Always saying "something is wrong with me"
Well, something is wrong with you, man
Because ever since it's over between you and I
I feel so... amazing!
Mister Unhappy...
Why didn't you let me be?

Monday, July 13, 2009

Cultkitschers




hey ho!
next july 15th, me and christian, aka Fritz von Eschenbach, will be playing a very special setlist in Klaus Kinski bar in Kreuzkölln.

Our range:
- Cult movie soundtracks
- Incredibly Strange Music
- 60/70s Brazilian Music
- Sleazy Listening
- Lounge
- Exotika
- Very rare deutsch and brazilian tracks

Music to listen, laugh and enjoy drinking a beer.
Come and bring your family!
Hope to see you there.

Um beijo e um queijo
Renata


21h30
Klaus kinski Club
Friedelstrasse 28
Kreuzkölln
Berlin, lin lin lin lin!
U8: Schönleinstrasse

Tuesday, July 07, 2009

Bem Vindos ao Brasil-sil-sil-sil!

Resto do mundo: aprendam!
Continue assim meu bem, me orgulho de ser parte de ti!
Desculpa a pieguice, mas tá longe me dá esse direito tá?

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Brasil defiende su amnistía a inmigrantes
El presidente agradece la contribución de "los hermanos de otros países"

El gobernante brasileño afirmó en su programa semanal de radio, Desayuno con el presidente, que mientras que los países más ricos persiguen a los inmigrantes y difunden la idea de que se trata de un problema que agrava el desempleo, en Brasil se les reconocen sus derechos.
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E aqui o texto de um amigo jornalista gaúcho.


Bem-vindos ao Brasil, novíssimos brasileiros!

Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo

Pois o nosso Brasil é mesmo um lugar surpreendente. Nessa quinta-feira, 2 de julho, o presidente Lula sancionou um projeto de lei que oferece permanência a todos os imigrantes que tenham chegado aqui até o dia 1º de fevereiro desse ano.

Nessa época em que o mundo se fecha, cria muros, expulsa e prende quem busca uma vida melhor através de fronteiras, muitas vezes imaginárias, a gente vai lá e abre o país para quem já está aqui poder ficar sem maiores traumas.

Eu fico muito, mas muito mesmo, contente com a gente. Gostaria que toda a imprensa desse mais destaque, que todos os brasileiros sentissem orgulho do nosso país, por mais que alguns dos leitores dessa coluna possam ter lá os seus desencantos com ele. Mas se é verdade que a gente às vezes erra em cheio, os nossos acertos também enchem os olhos, os meus ao menos, de lágrimas de emoção legítima, nada de inventado, garanto a vocês.

Porque esse é o país de imigração e da mistura, e isso é o que nos salva, sempre salvou. Claro que a gente poderia ter continuado sendo tupi-guarani, na essência. Mas mesmo os tupis e guaranis foram imigrantes, uns milhares de anos antes. E quando os portugueses chegaram, já pensaram o que seria de nós se tivéssemos sido exclusivamente portugueses? Fado como música nacional? Aquela melancolia toda, o tempo inteiro?

Logo vieram os imigrantes menos voluntários do planeta, diretamente da África, mas que nos moldaram definitivamente, e, a seguir, uma seqüência imparável de novas ondas de gentes que vieram, viram, foram digeridos, e nesse processo de digestão se tornaram brasileiros.

Eu tenho um amigo cujos antepassados vieram da Alemanha e foram largados na margem do rio Jacuí pelo capitão do barco, em 1850, por conta de um desentendimento; e que, por terem se mandado pra cá, talvez não tenham experimentado da opulência econômica da Alemanha, mas escaparam das duas guerras mundiais, dos horrores do nazismo e da divisão do país e toda a Guerra Fria.

Eu tenho uma amiga cujo tataravô veio do Vêneto para a serra gaúcha e foi mordido por uma cobra e morreu na subida dos morros, nem chegou a conhecer a terra que tinha recebido do governo imperial. Eu tenho antepassados que vieram de Portugal para cá pelos anos 1600, devem ter se divertido horrores no Pernambuco até algum parente ter achado que o clima frio combinava melhor com os seus ossos e vir morar no Rio Grande do Sul. Eu tenho um amigo 100% alemão-batata que casou com uma bela sino-brasileira cujo pai se mandou de Xangai em 1950, pra escapar do Mao Zedong, e os chineses que vieram com eles inventaram a soja que hoje nos enriquece.

Quando estive em Tóquio, curtia tudo e sentia falta da nossa mistura de cores. Quando estive na Escandinávia foi a mesma coisa, a sensação de que gente é mais gente quando é diversa e não quando quase todo mundo na rua vive em Technicolor.

Quando eu vivi nos Estados Unidos, no tal de caldeirão de raças, o melting pot de que eles tanto se orgulham, cada sujeito era um Italian-American, African-American, Asian-American, Arab-American, Irish-American, com o prefixo claramente sugerindo o que ele fazia da vida e em que parte da cidade vivia.

Uma amiga escritora palestino-americana esteve aqui e me perguntou se eu conhecia escritores árabe-brasileiros. Eu levei um tempão antes de conseguir pensar no Milton Hatoum, no Alberto Mussa, no Raduan Nassar, simplesmente porque eu nunca tinha pensado neles dessa forma.

Eu realmente acho que a gente não tem a menor noção dessas origens, ou que elas se diluem muito rapidamente na medida em que vamos virando mais e mais brasileiros e mais nada.

E acho que essa é a grande promessa brasileira: a de que qualquer um, e eu quero enfatizar - QUALQUER UM - que aqui chegue, se estabeleça e consiga aprender a comer feijoada e beber cerveja e falar em português minimamente compreensível sobre temas diversos como voos de Zeppelin e traseiro de moça, pimba, vira brasileiro. Não existe barreira, não existe limite. Quer ser brasileiro, vai ser brasileiro, e se não quiser, acaba virando igual, por cansaço.

Quando morei em Berlim, dava dor ver os imigrantes turcos, alguns já na segunda geração nascida na Alemanha, e que não tinham nacionalidade alemã. Essa é a grande questão européia. A de que ninguém que não nasceu europeu e de pais e mães europeus e brancos possa, de verdade, completamente, se sentir europeu.

Aqui, a promessa é outra e includente e isso me faz sentir muito, mas muito mesmo, bem.

E agora a nova lei estende essa possibilidades aos mais novos brasileiros em potencial. Aos chineses e coreanos que chegaram recentemente - as garotas que nos atendem nos restaurantes da Liberdades e que mal conseguem dizer Original e Bohemia, quando a gente pergunta pela cerveja. Aos milhares de bolivianos invisíveis no centro da cidade, espeluncados em fabriquetas e que agora vão poder sair às ruas e reclamar o seu ar digno, de todos - a todos eles e quem mais resolveu viver aqui -, o meu, o nosso muito, muito bem-vindo.

Esse país não existiria se não fossem vocês, nós não seriamos o que somos. Espero que mais gente venha, temos espaço de sobra e a tolerância certa pra lidar com as diferenças e a capacidade inata de tratar a todos os que aqui chegam como os mais novos habitantes de um lugar criado para ser o lar de todos, de qualquer um que se sinta feliz simplesmente por poder olhar ao redor, com todas as coisas contra e a favor, e sentir um bem estar indescritível, simplesmente por se sentir, hummm, desculpem a pieguice, brasileiros.

Aproveitem vocês, milhares de leitores dessa coluna, para darem os parabéns e as boas vindas a algum imigrante que vocês conheçam. Lembrem todos de onde vem o que nos torna tão especiais sobre o planeta. Recebam com carinho os nossos mais novos colegas de país, trazidos até nós por essa bela lei, que saiu do mesmo Congresso que apronta tantas besteiras, de tempos em tempos. Recebam os mais novos brasileiros como foram recebidos os que fizeram de todos nós cidadãos desse país tão difícil quanto generoso.

E vamos em frente, mostrar ao mundo o que ele está perdendo por ser tão mal-humorado, tão exclusivista, tão pouco ligado no que há de melhor e diverso nos seres humanos, que são, afinal, eles mesmos. Bem-vindos, muito bem-vindos, aqui sejam, todos vós.