Saturday, February 28, 2009

Somebody loves cats more than me!


Quando eu crescer eu vou ser igual a esse homem.
That's how i'll be when i grow up.

Thursday, February 26, 2009

Os presento: mi marido!


Achei sem querer... Como pode ser tão gato???
24 aninhos, todo com cara de nervosinho lá na platéia com Tom Jobim quando eles ganharam o festival em 68 com Sabiá no festival do piti de Caetano.

E por falar nisso... Aqui o discurso do Caetano quando foi vaiado em 68

"Se vocês forem… se vocês, em política, forem como são em estética, estamos feitos!"



“…Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado? São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem? Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa. Eu hoje vim dizer aqui, que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o senhor Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê-la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu!”

“Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém. Vocês são iguais sabem a quem? São iguais sabem a quem? Tem som no microfone? Vocês são iguais sabem a quem? Àqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores! Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada. E por falar nisso, viva Cacilda Becker! Viva Cacilda Becker! Eu tinha me comprometido a dar esse viva aqui, não tem nada a ver com vocês. O problema é o seguinte: estão querendo policiar a música brasileira. O Maranhão apresentou, este ano, uma música com arranjo de charleston. Sabem o que foi? Foi a Gabriela do ano passado, que ele não teve coragem de, no ano passado, apresentar por ser americana. Mas eu e Gil já abrimos o caminho. O que é que vocês querem? Eu vim aqui para acabar com isso!”

“Eu quero dizer ao júri: me desclassifique. Eu não tenho nada a ver com isso. Nada a ver com isso. Gilberto Gil (entrando no palco). Gilberto Gil está aqui comigo, para nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Para acabar com isso tudo de uma vez. Nós só entramos no festival pra isso. Não é Gil? Não fingimos. Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja festival, não. Ninguém nunca me ouviu falar assim. Entendeu? Eu só queria dizer isso, baby. Sabe como é? Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem… se vocês, em política, forem como são em estética, estamos feitos! Me desclassifiquem junto com o Gil! Junto com ele, tá entendendo? E quanto a vocês… O júri é muito simpático, mas é incompetente.”

“Deus está solto!”

(Cantando) “Me dê um beijo, meu amor/ Eles estão nos esperando/ Os automóveis ardem em chamas/ (declamando) Derrubar as prateleiras/ As estantes/ As estátuas/ As vidraças/ louças, livros, sim/ E eu digo, (gritando) sim/ E eu digo, não ao não/ E eu digo: (cantando) Proibido proibir. (Discursando) Fora do tom, sem melodia. Como é júri? Não acertaram qualificar a melodia de Gilberto Gil? Ficaram por fora. Gil fundiu a cuca de vocês, hein? É assim que eu quero ver. Chega! …”

Friday, February 20, 2009

NÃO ME VENHAM COM CHORUMELAS

(sobre la conferencia y show de Arto Lindsay en CCCB)
(ABAIXO VERSÃO EM PORTUGUÊS)

Com a excel.lent aperitiu al cicle de concerts L´Efecte Tropicalia que organitza el MACBA, aquest dimecres Arto Lindsay vista l´Auditori per celebrar una conferència (19h) i posteriorment un concert (21h).

Nota de premsa

Tropicalia: moviment i moment
Conferència i concert a càrrec d´Arto Lindsay

Arto Lindsay (1953) va néixer als Estats Units, però va créixer al Brasil durant el moviment Tropicalia dels seixanta. Des dels seus treballs sobre arquitectura sorollista de finals dels setanta fins als àlbums dels noranta, plens de bossa-nova, Arto Lindsay ha fusionat ritmes, melodies i expressions verbals de nombroses cultures i gèneres d´una forma provocadora i inimitable.
-
Programa
Dimecres 11 de febrer

19.30 h Conferència
21 h Concert
-----------------------------



Un ciclo de conciertos y conferencias sobre la Tropicália organizado por el MACBA me recibe al volver de Brasil este año. Finalmente alguién se dió cuenta que en Brasil no hay/hubo solo la Bossa Nova. Una luz en el fin del tunel, aunque de la Wikipedia en castellano todavía diga que la Tropicália "supone la fusión de elementos de la bossa-nova, el rock'n roll, la música tradicional de Bahía, y el fado portugués". Hahahahah! Curiosa y completamente distorcionada versión para un movimiento artístico-musical que influyó nombres de la música como David Byrne, Beck Hansen, Kurt Cobain y Devendra Banhart, como dice, ahora acertado, el mismo artículo. Nota para mi misma: acuerdarme de sugerir otro contenido allá en la Wikipedia en castellano traduciendo de la versión en portugués - que curiosamente lleva una advertencia de que necesita de "fontes fiables y independientes" mencionada en el cuerpo de texto o en pie de página, lo mismo no pasa al artículo en castellano. Pero eso lo digo yo sin mencionar ninguna fonte "fiable": fiaros de la versión en portugués.

Justo al día siguiente de mi llegada, toca a la conferencia y show de Arto Lindsay. Bonísimo. Vamos yo y algunos amigos interesados en el tema.

El compositor, productor, cantante y guitarrista, como dice en la segunda línea de su biografía allá en su página web, empieza dando una noción básica de lo que era Brasil en aquella época y lo que suponía la existencia de la Tropicália en aquel momento.

Habla del conflicto entre la gente de las canciones de protesta, ya reconocidos y premiados por los festivales de música de la época, y los tropicalistas, acusados por los primeros de "superficiales" porque no hablaban directamente de los problemas tan graves que afligían el pais como hacían ellos. Muy ácido, comparó los de los festivales con los de Eurovision aqui. Ha exagerado en la comparación peligrosa, pero dió una noción muy clara que la Tropicália NO era mainstream (ni de la resistencia contra la dictadura) y no fué comprendida por los compañeros de "lucha" en su tiempo.

Habla por ejemplo de un dato muy importante y poco conocido aqui: en aquella época cerca de 50% de la población brasileña era analfabeta (hoy todavía 10% sigue asi), lo que provocaba una cultura basicamente oral (como siempre ha sido en el caso de los indígenas de alli) y eso se nota muchísimo en la cultura del país. Al contrário de México, por ejemplo, donde uno hasta hoy, con toda la destrucción que ha sufrido la cultura local, puede tener contacto con registros muy concretos de ello porque estan alli los monumentos y los escritos. En Brasil la historia antes de los colonizadores es muchísimo mas dificil de rescatar por la cultura de los indígenas de ahi haber sido basicamente nómade y oral. Quedan muy pocos registros de arte rupestre en piedras abandonadas o deformadas por acción de la naturaleza y humana. Lo que vale mas en Brasil hasta hoy y en aquella época mas, es la cultura oral. Estoy de acuerdo con Lindsay, a parte de la clara influencia africana, seguramente ese es uno de los factores que ha hecho de la música un medio de expresión tan importante en Brasil y una herramienta poderosa.

Comentó también sobre Hélio Oiticica, figura de las artes que mucho ha influenciado a los artistas de la Tropicália. Y de antemano se desculpa por NO ser la persona indicada para hablar del tema, estando presente en la conferencia, un artista como el Cildo Meireles y una otra persona que no identifiqué al momento. Era apenas un amigo personal de Hélio. Y enseñó 2 músicas, fotos completamente aleatorias de Brasil, manifestaciones populares en carnaval, obras de arte y incluso una foto de su hijo difrazado de batman, lo que hizo mucha gracia al público, se han reido todos.

Comentó también la importancia de la Bossa Nova para la imagen de Brasil fuera de Brasil que hasta entonces era reconocido apenas por las mulatas, las playas y el carnaval. "Una imagem muy pequeña para todo lo que puede ser un pais" - segun sus propias palabras. Como menciona también Tom Zé en tono también muy ácido (criticando a Europa) en su canción "Vaia de Bêbado não vale":

Primeira edição
No dia em que a bossa nova inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu o Brasil
Teve que fazer direito....
Teve que fazer Brasil...Bis

Criando a bossa nova em 58
O Brasil foi protagonista
De coisa que jamais aconteceu
Pra toda a humanidade
Seja na moderna história
Seja na história da antiguidade
Por isso, meu nego,
Vaia de bebo não vale......
De bebo vaia não vale...Bis
Segunda Edição

No dia em que a bossa-nova inventou o Brasil,
Quando aquele ano começou, nas Águas de Março de 58,
O Brasil só exportava matéria prima
Essa tisana.
Isto é o mais baixo grau da
capacidade humana
E o mundo dizia:
Que povinho retardado
Que povo mais atrasado...Tris


Terceira Edição
No dia em que a bossa-nova
inventou o Brasil,
A surpresa foi que no fim daquele mesmo ano
Para toda a parte
O Brasil d'O Pato
Com a bossa nova, exportava arte,
O grau mais alto da capacidade
humana
E a Europa, assombrada:
Que povinho audacioso...........
Que povo civilizado.........Tris

Pato ziguepato ziguepato Pato
Pato ziguepato ziguepato Pato

Tratou com desacato o nosso amado Pato
Viva a vaia, seu Augusto,
Viva a vaia, seu João,
Viva a vaia, viva a vaia.
Viva a vaia com Diós, amor,
Porque me soy argentino
Gentino, gentino, gentino.

Comentario muy importante, bajo mi punto de vista, especialmente dicho aqui en Europa. Y que se reveló mas importante todavía después de los comentários de algunas personas del público:

Como uno que comentó que, "como apreciador de la música brasileira", conociendo a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Milton Nascimento, tiene la impresión que en Brasil hubo un "bum" de música que nunca fue repetido hasta hoy. Por lo que entendi, dijo que no hay en Brasil nada después de aquello que pueda ser considerado tan significativo. Esa afirmación, repite la misma impresión racista de la cual se queja Arto Lindsay y Tom Zé. Es muy comun en Europa, creer que todo lo que hay en el mundo es lo que conoce ella a respecto del mundo. Nos se les ocurre que a lo mejor hace falta un poco mas que todos los medios modernos, la sed de cultura y el dinero que tiene Europa para conocer verdaderamente a otras culturas. No se les ocurre que cada vez mas Brasil (por ejemplo) ya no necesita que Europa reconozca sus hazañas para que las tenga legitimada. Ya existen otras prioridades en Brasil. Menos mal y hace muy poco tiempo.

Actualmente lo que se conoce de cultura brasileira en Europa es lo que esperan de la cultura brasileira, no lo que realmente hay. Porque no todo lo que hay les interesa. Porque no todo lo que hay es diferente. Os suena un fenómeno llamado "globalización"? Por eso que nadie escuchó hablar de grupos como Mundo Livre S/A, Mombojó, Fellini, Titãs, los primeros trabajos de Arnaldo Antunes, muchos de Tom Zé, el trabajo solo de Arnaldo Baptista, Cidadão Instigado, los nada nuevos como Arrigo Barnabé, Hermeto Pascoal, Itamar Assumpção, Jorge Mautner, Jards Macalé y si quieres hablamos de los varios grupos pops de hoy que nadie se entera que existen cuando en Brasil ya nadie os aguanta. Todavía la Europa "apreciadora de la música brasileira" esta con la Bossa Nova y sus trillones de remixes, Jorge Ben y el samba del carnaval de Rio. Con la diversidad y el ritmo frenético que se produce música de calidad en Brasil, escuhar aqui que SOLO hay/hubo aquello es un poco fuerte.

Ok, podemos hablar de lo significante que fué el final de los 60 y principio de los 70 en la música de todo el mundo occidental, pero seria profundizar demasiado el tema y ya se me acumulan demasiadas lineas aqui. Los que necesiten mas aprofundamento quedamos para un té y hablamos. A! A respecto de eso el Arto Lindsay también hizo un comentario muy clavado (y divertido). Dijo que solía decir que Brasil (asi como todos los demas paises de la Ameria Latina) es un pais del Oriente, ya que nunca es considerado cuando se menciona el "Occidente". Eso os puede explicar bien nuestro amigo Eduardo Galeano - Olé! Finalmente: una referencia "fiable"! Ves que no voy tan mal?

Detalle: todos esas referencias "muy superficiales" que hizo Arto Lindsay para introducir el público a la Tropicália en la conferencia tomaron 30 minutos mas de lo previsto. En el momento de "alguién tiene alguna pregunta", el primero que se pronuncia, que segun un amigo presente suele ir a las conferencias y tirar bombas a ver que pasa, le dice al Arto Lindsay que creía que Brasil sigue siendo el país de "las mulatas, las playas y el carnaval" por personas como él, que no saben de lo que hablan, que le parece un "vergonzoso" que se atreva a hablar de un tema que no domina. Mas tarde le escuché comentar a una persona que le vino hablar que dijo eso porque le parecia "una falta de respecto hablar de Helio Oiticica de aquella manera". Bueno, si la forma como habló Arto Lindsay sobre Helio Oiticica era falta de respecto, yo no se que es respecto.

Escuché también, de los mismos amigos que han venido a ver la conferencia conmigo, que el Arto Lindsay no se preparó, que seguro cobró un paston para ello (desde cuando estabamos hablando de pasta?), que no se dió al trabajo de buscar fotos que no se encuentren el google, que subestimó a los festivales de música que tanto han revolucionado Brasil y otras cosas que no me acuerdo ahora. Pero creo que el concierto que hemos visto en seguida ha sido una buena respuesta para todas esas cuestiones. Cuando el arte llega directamente a nuestras víceras, nos emociona, a través de la rabia, de la euforia, de la indignación, de la alegria, de la tristeza, de lo que sea, es cuando realmente sirve a lo que vino.

Especialmente en aquel contexto, donde este evento fué programado simplemente cumpliendo la vieja tendencia en Barcelona de imitar a Londres, ya que el Barbican hizo lo mismo hace 2 años, la "preparación", el "respecto", las exigidas "referencias fiables" y fotos inéditas estarían hasta hoy inútiles apuntados en nuestros cuadernitos. Y para decir la verdad, ninguno de nosotros llevaba cuadernito, pero bueno... el público de aquella noche (y arriesgaría decir que hasta los orgnizadores del evento) no tenían ni idea de lo que fue la Tropicália, ni siquiera saben que Bossa Nova también es samba...

Es justo la vieja pelea de la canción de protesta de los festivales X Tropicália, de la revolución a través del sistema X la revolución a través del individuo. De echo, todas son necesarias y ninguna tiene menos valor. Por favor, não me venham com chorumelas!

Un beso!
Ese texto lo firmo yo, sin referencias bibliográficas, ni notas de pie de página.


----------------------------------------------
11 de fevereiro de 2009

Um ciclo de shows e conferências sobre a Tropicália, organizado pelo MACBA (Museu de Arte Contemporaneo de Barcelona) foi quem me recebeu quando eu voltei do Brasil esse ano. Finalmente alguém se deu conta que no Brasil não existe só Bossa Nova. Uma luz no fim do túnel, ainda que a Wikipedia em castelhano diga que a Tropicália "supone la fusión de elementos de la bossa-nova, el rock'n roll, la música tradicional de Bahía, y el fado portugués". Hahahah! Definição muito curiosa e completamente torta para um movimento artístico-musical que influenciou nomes da música como David Byrne, Beck Hansen, Kurt Cobain y Devendra Banhart, como diz, agora acertando, o mesmo artigo. Nota para mim mesma: lembrar de sugerir outro conteúdo lá na Wikipédia usando como base a versão em português - que curiosamente tem uma advertência dizendo que necessita "fontes fiáveis e independentes" dentro do texto ou no rodapé, o mesmo não acontece no mesmo (e troncho) artigo em castelhano.

Justo no dia depois da minha chegada, é o dia da conferência de Arto Lindsay. Massa. Fui com uns amigos que estavam interessados no assunto.

O compositor, produtor, cantor e guitarrista, como diz na segunda linha de sua biografia lá no site, começa dando uma noção do que era o Brasil naquela época e o que significava a existência da Tropicália naquele momento.

Fala do conflito entre o pessoal das canções de protesto, já reconhecidos e premiados pelos festivais de música da época, e os tropicalistas, acusados pelos primeiros de "superficiais" porque não falavam diretamente dos problemas tão graves que afligiam o país como eles faziam. Muito ácido, Arto Lindsay comparou o pessoal dos festivais com o equivalente aqui do programa "Ídolos" da Record no Brasil. Exagerou na comparação perigosa, mas deixou bem claro pros gringos que a Tropicália não era mainstream (nem da resistência contra a ditadura) e não foi compreendida pelos companheiros de "luta" na época.

Fala por exemplo num dado muito importante e pouco conhecido aqui: naquela época cerca de 50% da população brasileira era analfabeta e isso se nota muito na cultura de um país. Ao contrário do México, por exemplo, que mesmo com toda a destruição, ainda se podem ver facilmente registros da civilização antes dos colonizadores pelos monumentos e escritos presentes, é muito difícil no Brasil resgatar o que existia antes porque os nossos índios eram basicamente nômades e não tinham linguagem escrita. Existem pouquíssimos registros disponíveis. O que vale até hoje no Brasil e naquela época mais, é a cultura oral. Tô de acordo com o Lindsay, além da influência clara da cultura africana, isso provavelmente influenciou bastante ao fato da música no Brasil ser um meio de expressão tão importante e uma ferramenta poderosa.

Comentou também sobre Hélio Oiticica, como sabem os mais informados, figura que influenciou muito os artistas da Tropicália. E de antemão se desuculpou por não ser a pessoa adequada para falar do assunto, sendo apenas um amigo pessoal do Hélio e estando ali presente o artista Cildo Meireles (com exposição no MACBA, depois é claro, de passar por Londres) e outra pessoa que não identifiquei quem era. Mostrou 2 músicas: "Chega de Saudade" quando falou do momento Bossa Nova que vivia o Brasil na mesma época e "Alegria alegria" para começar a falar da Tropicália em si. Mostrou fotos aleatórias do Brasil, de manifestações populares no carnaval, de obras de arte e arquitetura e uma foto do seu filho vestido de Batman e todo mundo riu.

Comentou também da importância da Bossa Nova para o Brasil fora do Brasil, que até então era conhecido apenas pelas mulatas, praias e carnaval. "Uma imagem muito pequena comparado a tudo o que pode ser um país" - segundo suas próprias palavras. A mesma coisa observa Tom Zé, também em tom ácido, na música "Vaia de Bêbado não vale":

Primeira edição
No dia em que a bossa nova inventou o Brasil
No dia em que a bossa nova pariu o Brasil
Teve que fazer direito....
Teve que fazer Brasil...Bis

Criando a bossa nova em 58
O Brasil foi protagonista
De coisa que jamais aconteceu
Pra toda a humanidade
Seja na moderna história
Seja na história da antiguidade
Por isso, meu nego,
Vaia de bebo não vale......
De bebo vaia não vale...Bis
Segunda Edição

No dia em que a bossa-nova inventou o Brasil,
Quando aquele ano começou, nas Águas de Março de 58,
O Brasil só exportava matéria prima
Essa tisana.
Isto é o mais baixo grau da
capacidade humana
E o mundo dizia:
Que povinho retardado
Que povo mais atrasado...Tris


Terceira Edição
No dia em que a bossa-nova
inventou o Brasil,
A surpresa foi que no fim daquele mesmo ano
Para toda a parte
O Brasil d'O Pato
Com a bossa nova, exportava arte,
O grau mais alto da capacidade
humana
E a Europa, assombrada:
Que povinho audacioso...........
Que povo civilizado.........Tris

Pato ziguepato ziguepato Pato
Pato ziguepato ziguepato Pato

Tratou com desacato o nosso amado Pato
Viva a vaia, seu Augusto,
Viva a vaia, seu João,
Viva a vaia, viva a vaia.
Viva a vaia com Diós, amor,
Porque me soy argentino
Gentino, gentino, gentino.

Comentário muito importante, na minha opinião, especialmente se feito aqui na Europa. E se revelou ainda mais importante depois dos comentários de algumas pessoas do público:

Como um que comentou que, "como apreciador da música brasileira", conhecendo a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Milton Nascimento, (ufff... de novo!) tem a impressão que nessa época o Brasil teve um "bum" na música que nunca foi repetido até hoje. Pelo o que eu entendi, disse que não existe no Brasil nada depois daquilo que possa ser considerado significativo. Essa afirmação, repete a mesma impressão racista da qual se queixa Arto Lindsay e Tom Zé. É muito comum na Europa, acreditar que tudo o que existe no mundo é o que ela tem conhecimento que existe. Não se dão conta que talvez precise um pouco mais do que dinheiro, meios modernos e a sede de cultura que eles têm para verdadeiramente conhecer outras culturas. Não se dão conta que cada vez mais o Brasil (por exemplo) já não necessita do aval da Europa para legitimar seu próprio valor. Já existem outras prioridades no Brasil. Ainda bem e faz pouco tempo.

Atualmente o que se conhece da cultura brasileira na Europa é o que esperam da cultura brasileira, não o que realmente existe. Porque nem tudo lhes interessa. Porque nem tudo que existe lá é diferente. Já somos, em muitos aspectos, bastante iguais. É aquele história da "globalização". Por isso que ninguém ouviu falar de grupos como Mundo Livre S/A, Mombojó, Fellini, Titãs, os primeiros trabalhos de Arnaldo Antunes, muitos de Tom Zé, o trabalho solo de Arnaldo Baptista, Cidadão Instigado, os nada novos Arrigo Barnabé, Hermeto Pascoal, Itamar Assumpção, Jorge Mautner, Jards Macalé e se quiser podemos falar de todos os grupos pops que ninguém tem idéia de quem são e no Brasil já estamos cansados. A Europa "apreciadora de música brasileira" está ainda com a Bossa Nova e seus zilhões de remixes, Jorge Ben e o samba do carnaval do Rio de Janeiro. Com tanta diversidade e o ritmo frenético que se produz música de qualidade no Brasil, escutar aqui na Europa que só existe Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Milton Nascimento é um pouco ridículo. Isso era dentro de uma conferência de pessoas interessadas em Arto Lindsay e Tropicália, não era num show de Ivete Sangalo não.

Ok, podemos se quiser, para encontrar algum sentido na afirmação do colega aí, considerar a fase final dos 60 e começo dos 70 como um momento muito especial que foi para toda a música do mundo ocidental, mas aí a gente já aprofunda demais o assunto e eu já tô exagerando na quantidade de linhas. Quem quiser discutir o assunto a gente marca pra uma cervejinha. Ah! Falando no mundo "ocidental", Arto Lindsay também fez um comentário bastante pungente (e engraçado). Disse que costumava dizer que o Brasil (assim como os outros países da América Latina) pertencem ao Oriente, já que nunca são considerados quando se fala em "Ocidente". E é verdade. Isso quem pode explicar bem é o nosso amigo Eduardo Galeano - viu? Eu também sei dar "referências fiáveis"!

Detalhe: todas essas "informações superficiais" que deu o Arto Lindsay para introduzir o público à Tropicália na conferência tomaram 30 minutos a mais do que o previsto. No momento de "alguém tem alguma dúvida", o primeiro que se pronuncia, que segundo um amigo é um papa-conferências que costuma soltar umas bombas pra ver no que dá, diz ao Arto Lindsay que acreditava que o Brasil continua sendo o país das "mulatas, praias e carnaval" por causa de pessoas como ele, que não sabem do que falam, que acha uma "vergonha" que ele se atreva a falar de um assunto que não conhece. E depois escutei o mesmo rapaz comentar a uma pessoa que veio discutir com ele, que ele achava "uma falta de respeito que se falasse do Hélio Oiticica daquela maneira". Bom, se a forma como Arto Lindsay falou de Hélio Oiticica era falta de respeito, eu já não sei o que é respeito.

Escutei também, agora dos mesmos amigos que vieram a ver a conferência comigo, que o Arto Lindsay não se preparou, que com certeza ganhou uma grana pra fazer aquela conferência (desde quando alguém aqui tá falando de dinheiro?), que não se deu ao trabalho de procurar fotos que não se encontrem em Google, que subestimou aos festivais de música que tanto revolucionaram o Brasil e outras coisas que não me lembro. Mas acredito que o show que se viu depois da conferência foi uma boa resposta para todas essas questões. É, quando a arte chega diretamente a nossas víceras, nos emociona, através da raiva, da euforia, da indignaçñao, da alegria, da tristeza e o que vier, é quando realmente serve pra alguma coisa.

Especialmente naquele contexto, onde o evento foi programado simplesmente cumprindo a velha tendência em Barcelona de imitar Londres, já que o Barbican fez essa mesma programação há 2 anos atrás, a "preparação", o "respeito", as exigidas "referências fiáveis" e fotos inéditas estariam hoje anotadas inutilmente nos nossos caderninhos. E pra dizer a verdade, nenhum de nós tínhamos um caderninho... o público daquela noite (e arriscaria dizer que até os organizadores do evento) não tinham nem idéia do que foi a Tropicália, nem sequer sabem que Bossa Nova também é samba...

É exatamente a velha briga entre os da canção de protesto X tropicalistas, da revolução através do sistema X revolução individual. Na verdade, todas são necessárias e nenhuma tem menos valor. Por favor, minha gente, não me venham com chorumelas!

Um beijo!
Esse texto assino eu, sem referências bibliográficas, nem rodapés.

Thursday, February 19, 2009

Andy Goldsworthy


Amigos que gostam de coisas bonitas, artistas e não artistas, por favor vejam o documentário desse menino "Rivers and Tides". E se possível num telão com uma qualidade boa, porque é pra lavar os olhos.

Wednesday, February 18, 2009

ISSO É R-I-D-Í-C-U-L-O!

Dois submarinos (um francês e o outro britânico) se CHOCARAM no Oceano Atlântico

Se a gente botasse isso no roteiro de um filme ia ser cortado por "irreal"!

Pelo amor de Deus, que é isso minha gente? Segundo a imprensa espanhola, tanto o governo britânico como o francês declararam que os submarinos não estavam na mesma missão (apesar dos dois levarem cada um 16 mísseis e 48 cabeças nucleares) e não disseram o que eles tavam fazendo ali. O governo britânico nem reconheceu a existência do submarino! Parece que os bicho eram tão modernos, tão modernos, que tinham um sistema para anti-detecção tão fuderoso, que não se detectaram mutuamente e se chocaram dentro da imensidão que é o Oceano Atlântico... me poupeeeee! Faço minhas as palavras do jornalista Iñaki Gabilondo nessa matéria sobre o assunto: os equipamentos de guerra existem porque precisamos deles ou precisamos deles porque existem?

O QUE É QUE ESSE POVO TAVA FAZENDO COM TANTO ARMAMENTO NUCLEAR NO MEIO DO OCEANO ATLÂNTICO? Isso ninguém respondeu. Tão fingindo que num é com eles.

Eu hein... e o mundo tá na mão desse povo e seus amiguinhos... bate na madeira!

Sunday, February 15, 2009

EL MUNDO BASADO EN EL "SISTEMA PERRO"

(VERSÃO EM PORTUGUÊS ABAIXO)

EL MUNDO SEGÚN CASCIARI
Por Hernán Casciari.

Leí una vez que la Argentina no es mejor ni peor que España, sólo más joven. Me gustó esa teoría y entonces inventé un truco para descubrir la edad de los países basándome en el 'sistema perro'.

Desde chicos nos explicaron que para saber si un perro era joven o viejo había que multiplicar su edad biológica por 7. En el caso de los países hay que dividir su edad histórica entre 14 para saber su correspondencia humana. ¿Confuso?

En este artículo pongo algunos ejemplos reveladores.

Argentina nació en 1816, por lo tanto ya tiene 190 años. Si lo dividimos entre 14, Argentina tiene 'humanamente' alrededor de 13 años y medio, o sea, está en la edad del pavo.

Es rebelde, pajera, no tiene memoria, contesta sin pensar y está llena de acné (¿será por eso que le dicen el granero del mundo?

Casi todos los países de América Latina tienen la misma edad y, como pasa siempre en esos casos, forman pandillas.

La pandilla del Mercosur son cuatro adolescentes que tienen un conjunto de rock. Ensayan en un garaje, hacen mucho ruido y jamás han sacado un disco.

Venezuela, que ya tiene tetitas, está a punto de unirse a ellos para hacer los coros. En realidad, como la mayoría de las chicas de su edad, quiere tener sexo, en este caso con Brasil, que tiene 14 años y el miembro grande.

México también es adolescente, pero con ascendente indígena. Por eso se ríe poco y no fuma ni un inofensivo porro, como el resto de sus amiguitos, sino que mastica peyote, y se junta con Estados Unidos, un retrasado mental de 17, que se dedica a atacar a los chicos hambrientos de 6 añitos en otros continentes.

En el otro extremo está la China milenaria. Si dividimos sus 1,200 años por 14 obtenemos una señora de 85, conservadora, con olor a pipí de gato, que se la pasa comiendo arroz porque no tiene -por ahora- para comprarse una dentadura postiza. La China tiene un nieto de 8 años, Taiwán, que le hace la vida imposible.

Está divorciada desde hace rato de Japón, un viejo cascarrabias, que se juntó con Filipinas, una jovencita pendeja, que siempre está dispuesta a cualquier aberración a cambio de dinero.

Después, están los países que acaban de cumplir la mayoría de edad y salen a pasear en el BMW del padre. Por ejemplo, Australia y Canadá, típicos países que crecieron al amparo de papá Inglaterra y mamá Francia, con una educación estricta y concheta, y que ahora se hacen los locos. Australia es una pendeja de poco más de 18 años, que hace topless y tiene sexo con Sudáfrica; mientras que Canadá es un chico gay emancipado, que en cualquier momento adopta al bebé Groenlandia para formar una de esas familias alternativas que están de moda.

Francia es una separada de 36 años, más puta que las gallinas, pero muy respetada en el ámbito profesional. Tiene un hijo de apenas 6 años: Mónaco, que va camino de ser puto o bailarín... o ambas cosas. Es amante esporádica de Alemania, camionero rico que está casado con Austria, que sabe que es cornuda, pero no le importa.

Italia es viuda desde hace mucho tiempo. Vive cuidando a San Marino y al Vaticano, dos hijos católicos idénticos a los mellizos de los Flanders. Estuvo casada en segundas nupcias con Alemania (duraron poco: tuvieron a Suiza), pero ahora no quiere saber nada con los hombres.

A Italia le gustaría ser una mujer como Bélgica: abogada, independiente, que usa pantalón y habla de política de tú a tú con los hombres (Bélgica también fantasea a veces con saber preparar espaguettis).

España es la mujer más linda de Europa (posiblemente Francia le haga sombra, pero pierde espontaneidad por usar tanto perfume).. Anda mucho en tetas y va casi siempre borracha. Generalmente se deja follar por Inglaterra y Después hace la denuncia.

España tiene hijos por todas partes (casi todos de 13 años), que viven lejos. Los quiere mucho, pero le molesta que, cuando tienen hambre, pasen una temporada en su casa y le abran la nevera.

Otro que tiene hijos desperdigados es Inglaterra. Sale en barco por la noche, se tira a las pendejas y a los nueve meses aparece una isla nueva en alguna parte del mundo. Pero no se desentiende de ella. En general las islas viven con la madre, pero Inglaterra les da de comer. Escocia e Irlanda, los hermanos de Inglaterra que viven en el piso de arriba, se pasan la vida borrachos y ni siquiera saben jugar al fútbol. Son la vergüenza de la familia.

Suecia y Noruega son dos lesbianas de casi 40 años, que están buenas de cuerpo, a pesar de la edad, pero no le dan bola a nadie. Cojen y trabajan, pues son licenciadas en algo. A veces hacen trío con Holanda (cuando necesitan porro); otras, le histeriquean a Finlandia, que es un tipo medio andrógino de 30 años, que vive solo en un ático sin amueblar y se la pasa hablando por el móvil con Corea.

Corea (la del sur) vive pendiente de su hermana esquizoide. Son mellizas, pero la del norte tomó líquido amniótico cuando salió del útero y quedó estúpida. Se pasó la infancia usando pistolas y ahora, que vive sola, es capaz de cualquier cosa.

Estados Unidos, el retrasadito de 17, la vigila mucho, no por miedo, sino porque le quiere quitar sus pistolas.

Israel es un intelectual de 62 años que tuvo una vida de mierda. Hace unos años, Alemania, el camionero, no lo vio y se lo llevó por delante. Desde ese día Israel se puso como loco.

Ahora, en vez de leer libros, se lo pasa en la terraza tirándole piedras a Palestina, que es una chica que está lavando la ropa en la casa de al lado.

Irán e Irak eran dos primos de 16 que robaban motos y vendían los repuestos, hasta que un día le robaron un repuesto a la motoneta de Estados Unidos y se les acabó el negocio. Ahora se están comiendo los mocos.

El mundo estaba bien así, hasta que un día Rusia se juntó (sin casarse) con la Perestroika y tuvieron como docena y media de hijos. Todos raros, algunos mongólicos, otros esquizofrénicos.

Hace una semana, y gracias a un despelote con tiros y muertos, los habitantes serios del mundo descubrimos que hay un país que se llama Kabardino-Balkaria. Un país con bandera, presidente, himno, flora, fauna....y ¡hasta gente!

A mí me da un poco de miedo que aparezcan países de corta edad, así, de repente. Que nos enteremos de costado y que, incluso, tengamos que poner cara de que ya sabíamos, para no quedar como ignorantes Y yo me pregunto:

¿Por qué siguen naciendo países, si los que hay todavía No funcionan?

-----------------------------------------
O MUNDO BASEADO NO "SISTEMA DO CACHORRO"
(a tradução é minha, portanto, perdoem os deslizes, mas eu diria que está bastante "honesta")

O Mundo segundo Casciari
Por Hernán Casciari

Li uma vez que a Argentina não é nem melhor nem pior que a Espanha, só mais jovem. Gostei dessa teoria e então inventei um truque para descobrir a idade dos países me baseando no "sistema do cachorro"...

Desde pequenininhos nos explicaram que para saber se um cachorro era jovem ou velho, tinha que multiplicar sua idade biológica por 7. No caso dos países tem que dividir sua idade histórica por 14 para saber sua correspondência humana. Confuso?

Nesse artigo ponho alguns exemplos reveladores.

Argentina nasceu em 1816, portanto já tem 190 anos. Se dividimos por 14, a Argentina tem "humanamente" mais ou menos 13 anos e meio, ou seja, está na flor da idade.

É rebelde, punheteira, não tem memória, responde sem pensar e tem um monte de espinhas.

Quase todos os países da América Latina têm a mesma idade e, como acontece sempre nesses casos, formam grupinhos.

O grupinho do Mercosul são quatro adolescentes que têm um grupo de rock. Ensaiam numa garagem, fazem muito barulho e nunca gravaram um disco.

A Venezuela, que já tem peitinho, tá a ponto de se juntar com eles para fazer o backing vocal. Na realidade, como a maioria das meninas da sua idade, já quer fazer sexo, nesse caso com Brasil, que tem 14 anos e o membro maior.

México também é adolescente, mas com descendência indígena. Por isso ri pouco e nao fuma nem um inofensivo baseado, como o resto dos amiguinhos, mas mastiga muito peyote, e se junta com Estados Unidos, um retardado mental de 17, que se dedica a atacar aos meninos famintos de 6 aninhos de outros continentes.

Do outro lado tá a china milenária. Se dividimos seus 1200 anos por 14 obtemos uma senhora de 85, conservadora, fedendo a mijo de gato, que come arroz porque não tem (por enquanto) um tostão pra comprar uma dentadura. A China tem um neto de 8 anos, Taiwan, que faz da vida dela um inferno.

Está divorciada faz tempo do Japão, um velho rabugento, que se juntou com Filipinas, uma jovenzinha trelosa, que sempre tá disposta a qualquer aberração por dinheiro.

Depois, vêm os países que acabam de ser maiores de idade e tiram onda com a BMW do pai. Por exemplo, Austrália e Canadá, típicos países que cresceram sob o amparo de papai Inglaterra e mamãe França, com uma educação dura e que agora tão dando uma de doidos. Austrália é uma pirralha de pouco mais de 18 anos, que faz topless e sexo com África do Sul; enquanto Canadá é um jovem gay emancipado, que em qualquer momento adota o bebê Groenlândia para formar uma dessas famílias alternativas que tá na moda.

França é uma separada de 36 anos, mais puta que uma galinha, mas muito respeitada no âmbito profissional. Tem um filho de apensas 6 anos: Mônaco, que já tá se encaminhando pra ser michê ou bailarino... ou as duas coisas. É amante esporádica de Alemanha, caminhoneiro rico que tá casado com Áustria, que sabe que é cornuda, mas não se importa.

Itália faz tempo que é viúva. Vive cuidando a San Marino e Vaticano, dois filhos católicos idênticos aos gêmeos dos Flanders. Teve casada em segundas núpcias com Alemanha (duraram pouco: tiveram Suiça), mas agora não quer mais saber de homens.

A Itália queria ser uma mulher como a Bélgica: advogada, independente, que usa calça comprida e fala de política cara a cara com os homens (Bélgica as vezes também sonha em saber preparar um bom espaguetti).

Espanha é a mulher mais linda da Europa (provavelmente França disputa o lugar com ela, mas perde em espontaneidade porque usa muito perfume). Anda muito com os peitos de fora e quase sempre bêbada. Geralmente deixa que a Inglaterra lhe coma e depois a denuncia.

Espanha tem filhos espalhados por todo canto (quase todos de 13 anos), que moram longe. Adora a todos, mas odeia que, quando tenham fome, venham passar um tempo em sua casa e abram a geladeira.

Outro que tem filhos espalhados pelo mundo é Inglaterra. Sai de barco toda noite, flerta com menores e aos nove meses aparece uma ilha nova em alguma parte do mundo. Mas não se desentende com ela. Em geral as ilhas vivem com a mãe, mas Inglaterra lhes dá de comer. Escócia e Irlanda, os irmãos de Inglaterra que vivem no apartamento de cima, gastam o tempo todo bêbados e nem sequer sabem jogar futebol. São a vergonha da família.

Suécia e Noruega são duas lésbicas de quase 40 anos, que estão enxutonas, apesar da idade, mas não dão bola a ninguém. Trabalham, porque têm o diploma para isso. As vezes fazem trio com Holanda (quando precisam de um baseadinho); e outras vezes, dão piti pra Finlândia, que é um cara meio andrôgeno de 30 anos, que mora sozinho numa cobertura sem móveis e passa a vida falando com Corea.

Corea (a do sul) vive pendente da sua irmã esquizóide. São gêmeas, mas a do norte tomou líquido aminiótico quando saiu do útero e ficou mongol. Passou a infância inteira usando revólveres e agora, que vive sozinha, é capaz de qualquer coisa.

Estados Unidos, o retardadinho de 17, a observa muito, não por medo, mas porque quer roubar-lhe os revólveres.

Israel é um intelectual de 62 anos que teve uma vida de merda. Faz um tempo, Alemanha, o caminhoneiro, não o viu e o passou por cima dele com tudo. Desde esse dia Israel ficou louco.

Agora, em vez de ler livros, fica na varanda jogando pedra na menina que lava a roupa da vizinha, Palestina.

Iran e Iraque eram dois primos de 16 que roubavam motos e vendiam as peças, até que um dia roubaram uma peça da moto de Estados Unidos e o negócio deles foi pras cucuias. Agora tão coçando o saco.

O mundo estava bem assim até que um dia Rússia se juntou (sem casar) com a Perestroika e tiveram mais ou menos uma dúzia de filhos. Todos esquisitos, alguns mongólicos, outros esquizofrênicos.

Faz uma semana, e graças a uma briga que rolou tiros e mortos, os habitantes sérios do mundo descobrimos que existe um país que se chama Kabardino-Balkaria. Um país com bandeira, presidente, hino, flora, fauna... e até gente!

Me dá um pouco de medo que apareçam países assim de pouca idade, de repente. Que a gente só saiba por acaso e que, inclusive, tenhamos que fazer cara que já sabíamos, pra não parecer ignorantes. E eu me pergunto:

Porque continuam nascendo países, se os que já existem ainda não funcionam?